sábado, agosto 23, 2008

Pink Floyd – The Wall (1979)

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Conversando com uma amiga algumas décadas mais nova, eu soltei uma frase como “momento The Wall”, e recebi de volta um olhar do tipo “do que esse tio Sukita tá falando?”. Depois eu fiquei pensando como discos que são referência absoluta para uma geração podem passar completamente batidos por outra. Aí resolvi botar o disco aqui na Caverna.

A idéia de The Wall (literalmente, “o muro”) surgiu durante a turnê do disco Animals, por conta de um incidente com um fã que tentou pular uma rede de segurança e invadir o palco do Pink Floyd num show em Montreal, Canadá. Roger Waters, então cérebro e líder incontestável do grupo, ficou matutando o conceito do muro que as pessoas constroem para se isolar umas das outras, e acabou mergulhando numa viagem autobiográfica profunda e dolorosa.

Para contar sua história, criou o personagem Pink Floyd (a idéia de Pink Floyd ser uma pessoa já aparecera como piada na música “Have a Gigar”, do disco Wish You Were Here), que perdeu o pai na Segunda Guerra, foi criado por uma mãe superprotetora, sofreu na mão de professores neuróticos na tradicional Inglaterra dos anos 50, tornou-se um astro do rock, foi fundo nas drogas, transou com groupies, mas não conseguiu manter um relacionamento estável e sadio sequer com a própria esposa. Em resumo, todas as experiências pelas quais o próprio autor passou. Essas vivências, chamadas “tijolos no muro”, ocupam o primeiro disco do álbum duplo.

O segundo já fala da loucura de Pink propriamente dita, de seus delírios com a infância e a guerra e de uma visão pervertida do mundo do rock como uma reencenação dos espetáculos nazi-fascistas - vale lembrar que o fim dos anos 70 marcam o surgimento (ou recrudescimento) de movimentos racistas skinheads, na esteira do aluvião punk, usando o rock como veículo para sua pregação intolerante. Por fim, a mente de Pink entra em colapso e encena um julgamento, no qual todos os seus traumas voltam para condená-lo à mais terrível das penas: derrubar o muro.

O disco foi um sucesso absoluto. Chegou ao número 3 da parada inglesa e ao topo da parada americana, com “Another Brick In The Wall Part. 2” liderando também a parada de compactos. Vendeu trinta milhões de cópias e encheu a burra dos membros do grupo. Muito desse dinheiro foi torrado na turnê do disco. Os shows incluíam a construção de um muro gigante, bonecos infláveis, uma outra banda tocando ao vivo e até um avião mergulhando sobre a platéia. Os custos de produção foram muito maiores que a renda da bilheteria e dos patrocínios. Só quem não amargou um preju foi o tecladista Rick Wright, por motivos explicados adiante.

Esse foi também, na prática, o último disco do grupo. The Final Cut o disco seguinte, era um projeto solo de Waters sobre o qual a gravadora impôs o nome Pink Floyd. Depois dele, a banda se separou, começando uma intensa batalha legal pelo nome, vencida pelo guitarrista David Gilmour (que nem era membro original) e pelo baterista Nick Mason.

Algumas curiosidades:

O disco é tão autoral que Waters compôs praticamente tudo sozinho. David Gilmour, guitarrista e durante muito tempo vocalista principal da banda, foi co-autor de apenas três músicas (“Young Lust”, “Confortably Numb” e “Run Like Hell”), enquanto o produtor Bob Ezrin, famoso pelos trabalhos com Alice Cooper e Kiss, assinou com Waters “The Trial”, a apoteose do disco.

O tecladista Rick Wright não apenas não compôs nada (também não contribuíra para Animals), como ainda ganhou o bilhete azul durante as gravações. Waters alegou que a dependência de cocaína do tecladista atrapalhava o grupo. Embora Wright realmente estivesse viciado, o baterista Nick Mason, anos depois, contou outra história: a gravadora oferecera a Waters um bônus graúdo se o disco ficasse pronto ainda em 1979, de forma que ele cancelou as férias de verão da galera. Como Wright se recusasse a voltar antes do combinado, foi demitido da banda. Os fãs só souberam da demissão quando do lançamento do disco seguinte, The Final Cut, pois Wright foi creditado como membro da banda em The Wall e participou, como músico contratado, da turnê do disco. Aliás, foi o único que ganhou dinheiro com aqueles shows, pois recebeu salário. Como o custo de produção foi altíssimo, os integrantes oficiais levaram prejuízo.

O coral de meninos que canta “Another Brick In The Wall Part. 2” foi feito com alunos da Islington Green School. A gravação original foi sobreposta doze vezes para dar idéia de uma multidão cantando. Pela participação, a escola ganhou mil libras, mas os meninos, como dizia meu caro Cid Benjamim, ganharam só o que Luzia ganhou na horta. Em 1996, a lei inglesa de direitos autorais mudou, prevendo pagamento de royalties para esses casos. Os garotos, hoje adultos, estão processando a banda e a gravadora.

A protagonista da canção “Vera” é a cantora inglesa Vera Lynn, musa dos soldados britânicos durante a Segunda Guerra. Em 1942, ela gravou aquele que seria seu maior sucesso: “We’ll Meet Again”, cuja letra dizia “Nós vamos nos encontrar de novo, não sei onde, não sei quando, mas sei que vamos nos encontrar de novo em algum dia ensolarado”. É essa letra que Waters cita em sua música. Vera Lynn tem hoje 91 anos e vive ainda na Inglaterra.

Ah, como os arquivos estão em 160 kbps, deu pra socar num pacote só.

Disco 1

1. In the Flesh?
2. The Thin Ice
3. Another Brick in the Wall (Part 1)
4. The Happiest Days of Our Lives
5. Another Brick in the Wall (Part 2)
6. Mother
7. Goodbye Blue Sky
8. Empty Spaces
9. Young Lust
10. One of My Turns
11. Don't Leave Me Now
12. Another Brick in the Wall (Part 3)
13. Goodbye Cruel World

Disco 2

1. Hey You
2. Is There Anybody Out There?
3. Nobody Home
4. Vera
5. Bring the Boys Back Home
6. Comfortably Numb
7. The Show Must Go On
8. In the Flesh
9. Run Like Hell
10. Waiting for the Worms
11. Stop
12. The Trial
13. Outside the Wall

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sexta-feira, agosto 22, 2008

Metallica – The Day That Never Comes (2008)

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Ok, galera, caiu na rede o primeiro single do novo disco do Metallica – peguei lá no Kittyshare e dei um trato pra levantar aqui. Não é nem de longe a melhor música deles, mas voltou a ter solos e a bateria perdeu aquele ridículo registro de marimba que marcou St. Anger. Posso dizer que vou ouvir Death Magnetic com um pouquinho mais de boa vontade.

1. The Day That Never Comes

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terça-feira, agosto 19, 2008

Flowing Tears – Discografia (quase) completa

Eu gosto muito de Gothic Metal, embora ache que as bandas do gênero às vezes sejam mais Death Metal com vocal feminino do que góticas propriamente ditas. Um bom exemplo contrário é a banda alemã Flowing Tears, que sempre teve uma pegada mais gótica desde o tempo em que se chamava Flowing Tears & Whitered Flowers. Como estava ouvindo hoje o excelente disco ao vivo deles em Berlim, resolvi subir todo o que tenho da banda. Só não é completo porque me falta o EP Swallow, último trabalho com o nome original. Se alguém tiver, a casa agradece.

Swansongs (1996)

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O disco de estréia do Flowing Tears & Whitered Flowers ainda não trazia vocal feminino. Quem pilotava os microfones era Manfred Bersin, mas quem mandava na banda era o guitarrista e tecladista Benjamin Buss. Bom disco, com músicas longas e elaboradas, mas ainda obra em andamento.

1. Flowers in the Rain
2. Waterbride
3. Fallen Leaves
4. Arion
5. Crystal Dance
6. Flowing Tears & Withered Flowers
7. ... Along a Dreaming Ocean ...
8. ... And I Drown ...

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Joy Parade (1998)

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Aqui o som começou a tomar corpo com a entrada da vocalista Stefanie Duchêne – Bersin foi deslocado para a guitarra e para vocais de apoio. A mudança deu mais personalidade ao grupo, pois Stefanie tinha (ou melhor, tem, pois ainda está viva) um timbre mais grave e sombrio, sem o estilo operístico que se tornou marca registrada do gênero na esteira de Tarja Turunen.

1. Purple Red Soul
2. Gerion
3. Joy Parade
4. Bluefield
5. Odium
6. Trust
7. Sundrops
8. Spirals Meet the Sea
9. Rainswept
10. The Day You Took My Breath

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Jade (2000)

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Depois do EP Swallow, a banda trocou de gravadora, resolveu encurtar o nome e lançou este disco, que muita gente considera erroneamente seu disco de estréia. Contava com o tecladista Mike Volz, o que dava mais corpo ao som, pesado mais pelo clima que pelo volume. Pessoalmente, eu acho maravilhoso – com a única ressalva sendo as canções terem se tornado mais curtas, com prejuízo para a parte instrumental. Músicas como “Coma Garden” pediam um tiquinho de exibicionismo de teclados e guitarra.

1. Godless
2. Sistersun
3. Swallow
4. Lovesong for a Dead Child
5. Under the Red
6. Turpentine
7. The One I Drowned
8. Vanity
9. Radio Heroine
10. Coma Garden
11. Jade
12. White Horses

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Serpentine (2002)

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Com este, o Flowing Tears conseguiu notoriedade internacional – dentro do circuito goth metal, claro. Não tocou em rádios, nem nada, claro, mas abriu as fronteiras para a banda. O som é um pouquinho menos soturno do que em Jade. A formação sofreu uma tremenda enxugada. Bersin e o baterista Eric Hilt (que estava com eles desde Joy Parade) pediram as contas, logo seguidos pelo tecladista. Stefan Gemballa assumiu a bateria e Buss retomou as funções de único guitarrista e tecladista.

1. Intro
2. Starfish Ride (for a Million Dollar handshake)
3. Serpentine
4. Children of the Sun
5. The Marching Sane
6. Breach
7. Portsall (departure song)
8. Justine
9. The Carnage People
10. Merlin
11. Cupid of the Carrion Kind
12. For Tonight

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Razorbliss (2004)

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Seguindo mais ou menos na mesma linha do anterior, este disco marca, porém, uma mudança importante na formação da banda. Stefanie Duchêne resolveu engravidar, o que conflitava com os planos dos colegas. Resultado? Acabou substituída por Helen Vogt, que tem um timbre muito parecido com o da antecessora.

1. Razorbliss
2. Believe
3. Virago
4. Undying
5. Radium Angel
6. Firedream
7. Ballad of a Lonely God
8. Snakes of Grey
9. Mine is the Ocean
10. Maladine
11. Unspoken
12. Pitch Black Water

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Invanity – Live In Berlin (2007)

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Até o momento, este é o trabalho mais recente do grupo, um relativamente curto disco ao vivo gravado na capital alemã. Além do repertório tradicional da banda, conta com duas covers, uma ao vivo – “Dead Skin Mask”, do Slayer, irreconhecível – e outra de estúdio, “The Weeping Song”, de Nick Cave, com a participação de Johan Edlund, do Tiamat, nos vocais. Ah, outra mudança na formação. Saiu o baixista Frédéric Lesny, substituído por David Vogt, marido de Helen. Com isso, Benjamin Buss tornou-se o único remanescente do grupo de rapazes que gravou Swansong mais de uma década antes.

1. Swallow
2. Undying
3. Portsall (Departure Song)
4. Lovesong For a Dead Child
5. The Marching Sane
6. Merlin
7. Pitch Black Water
8. Dead Skin Mask
9. The Weeping Song

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domingo, agosto 10, 2008

Mägo de Oz – La Ciudad de los Árboles (2007)

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Mais recente trabalho da sempre competente banda espanhola de metal com influências célticas. A faixa 9 é uma versão (com letra tosca) da clássica “39”, do Queen. Como ninguém resiste a uma moda, eles agora têm uma vocalista fixa, a bonitinha Patricia Tapia.

1. El Espíritu del Bosque (Intro)
2. La Ciudad de los Árboles
3. Mi Nombre es Rock & Roll
4. El Rincón de los Sentidos
5. Deja de Llorar (Y Vuélvete a Levantar)
6. La Canción de los Deseos
7. Y Ahora Voy a Salir (Ranxeira)
8. Runa Llena
9. Resacosix en la Barra
10. No Queda sino Batirnos
11. Sin Ti, Sería Silencio (Parte II)
12. Si Molesto, Me Quedo
13. El Espíritu del Bosque II (Outro)

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Within Temptation – Destroyed (2008)

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Galera, boa coletânea de faixas bônus do Within Temptation, com destaque para as versões acústicas e ao vivo e, claro, para a voz de Sharon den Adel.

1. Destroyed
2. Blue Eyes
3. Sounds of Freedom
4. Jane Doe
5. Say My Name
6. Towards The End
7. The Last Time (demo)
8. Ice Queen (acoustic 2002)
9. The Cross (acoustic)
10. What Have You Done (acoustic)
11. Stand My Ground (acoustic)
12. Ice Queen (acoustic)
13. Aquarius (live)
14. See Who I Am (live)
15. Caged (live)
16. Deceiver of Fools (live)

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