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Não se deixe iludir pelo título. Este disco é tudo, menos Gospel. O Angtoria surgiu em 2001, quando o Cradle Of Filth e o Abyssos faziam uma excursão conjunta. Sarah Jezebel Deva, vocalista daquele, e Chris Rehn, guitarrista e tecladista deste, ficaram amigos e decidiram fazer um projeto juntos. A questão era que a dupla pretendia fazer um trabalho sinfônico, como a trilha sonora de um filme ou uma ópera. Para isso, além de comporem muito, entocaram-se no estúdio do também guitarrista e tecladista Tommy Rehn (irmão de Chris).
O resultado foi prensado num DVD, enviado para gravadoras e rádios. Mas, embora o material fosse muito elogiado pela crítica, não comoveu a indústria do disco. Daí, Chris e Sarah amadureceram a idéia de montar uma banda que, embora, não abandonasse o clima sinfônico, tivesse uma pegada mais roqueira, mais metálica, embora diferente de suas bandas originais – ela, aliás, não largou o Cradle of Filth.
Com o direcionamento reformulado, voltaram ao estúdio de Tommy, agora parte da banda, e gravaram uma nova demo, transformada em CD e distribuída novamente para mídia e gravadoras em 2004. Parênteses: O que é a tecnologia? Antigamente, demo era uma fita cassete tosca, gravada, quando muito, num estúdio de fundo de quintal com um gravadorzão de rolo vagabundo. Hoje em dia neguinho já faz direto CD, com capinha e tudo.
Bem, voltando ao assunto. Com um som mais familiar ao público, a banda começou a acontecer. Em 2005, conseguiram um contrato e entraram em estúdio para gravar este disco aqui (seu único até o momento). A formação então ainda se restringia ao trio, tendo como convidados o baterista Andreas Brobjer e o baixista Dave Pybus, também do Cradle Of Filth. Com o álbum gravado, Brobjer foi cuidar da própria vida, sendo substituído por John Henriksson, enquanto Pybus, a exemplo de Sarah, aceitou acumular as duas bandas. Participam ainda o vocalista Martin Häggström, do ZooL, na faixa 5, e o grunidor Aaron Stainthorpe, do My Dying Bride, na 9. Ah, a faixa 11 é uma bela cover de Kylie Minogue.
A despeito de ter dois membros ativos do Cradle Of Filth, o som do Angtoria praticamente não tem relação com o daquele. Seu som é infinitamente menos pesado e “extremo”, com vocais grunidos em somente uma música. As letras, todas da vocalista, tratam de abuso (especialmente contra crianças e mulheres), violência, suicídio – só coisinhas leves...
Eu, que gosto de bandas de metal com uma pegada gótica e sinfônica, adorei. Espero que também gostem.
1. Awakening
2. I'm Calling
3. God Has a Plan for Us All
4. Suicide on My Mind
5. Deity of Disgust
6. The Addiction
7. Six Feet Under's Not Deep Enough
8. Do You See Me Now
9. Original Sin
10. Hell Hath No Fury Like a Woman Scorned
11. Confide in Me
12. That's What the Wise Lady Said
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Em vídeo, a faixa título do álbum (prepare-se porque o clipe é casca grossa):