domingo, junho 14, 2009

Big Brother & The Holding Company – Três com Janis Joplin

Depois de alguns lançamentos, é hora de um pouquinho de classic rock. No caso, a grande voz feminina dos anos 60 e uma das mais expressivas cantoras de todos os tempos: Janis Joplin. Mais precisamente, Big Brother & The Holding Company, a banda que a lançou para o estrelato.

O grupo surgiu em 1965, criado pelo baixista Peter Albin e os guitarristas Sam Andrew e James Gurley – o baterista David Getz entrou pouco depois. Sentindo a necessidade de um vocal, o empresário Chet Helms viajou ao Texas e voltou trazendo Janis Joplin a tiracolo.

Janis, então com 23 anos, criara fama como outcast desde a adolescência. Gorducha, com a cara detonada por espinhas, fã de artistas negros (se o Texas é conservador e racista hoje, imaginem há quase 50 anos...), biriteira. Em 1963, despencou-se para São Francisco, onde viveu por uns tempos e gravou uma demo de clássicos do blues com o guitarrista Jorma Kaukonen, mais tarde fundados do Jefferson Airplane. Em 65, porém, diante de sua dependência cada vez maior de drogas e das péssimas condições físicas, amigos a convenceram a voltar para o Texas e se recuperar. Foi lá que, no ano seguinte, Helms foi buscá-la.

Com Janis nos vocais, o Big Brother tornou-se rapidamente um dos grupos de maior destaque na cena hippie de São Francisco. Gravaram um disco pelo selo Mainstream, mas o álbum ficou engavetado até o final de 1967. O que detonou seu lançamento foi a arrebatadora apresentação da banda no festival de Monterey, incluída no documentário Monterey Pop. A despeito do furor provocado pelo show, o disco homônimo teve uma recepção morna, chegando apenas ao 60º lugar das paradas. Injustiça, pois traz uma incendiária coleção de clássicos, com aquela ousadia instrumental típica do psicodelismo californiano e a voz incendiária de Janis.

Mas a explosão era questão de tempo. A gravadora Columbia, que distribuíra o disco de estréia, conseguiu tirá-los da Mainstream e colocou-os em estúdio para a gravação do disco seguinte. Por ordem da gravadora, o título original, Sex, Dope And Cheap Thrills (Sexo, Drogas e Emoções Baratas) foi reduzido somente para Cheap Thrills. Da mesma forma, os executivos vetaram a idéia do grupo para a capa: uma foto dos cinco nus na cama. Em vez disso, encomendaram a arte ao quadrinista Robert Crumb, criador do Gato Fritz e ele próprio uma figura seminal do movimento psicodélico.

Crumb fez uma ilustração para a capa e, na contracapa, uma série de quadrinhos apresentando a banda e cada uma das sete canções. O grupo não gostou da capa, decidindo então passar os quadrinhos para a frente e botar na contracapa somente uma foto de Janis. Crumb ficou ofendidíssimo, mandou usarem a ilustrações como supositório e até hoje renega o trabalho. Tremenda frescura, pois o resultado é magistral.

Magistral também são as canções. Não há uma “mais ou menos”. “Summertime”, dos irmãos Gershwin, foi literalmente reinventada, assim como “Piece Of My Heart”, lançada no ano anterior pela cantora gospel Erma Franklin, irmã mais velha da grande Aretha Franklin. As quatro canções dos integrantes do grupo são aulas de blues psicodélico, e o disco fecha com o grande clássico de Janis, o blues “Ball And Chain”, de Big Mama Thornton.

Dessa vez o público respondeu. Cheap Thrills chegou ao topo das paradas e vendeu mais de um milhão de cópias. O sucesso, claro, custou caro à unidade do grupo. Janis deixou o Big Brother no fim do ano e lançou-se a uma carreira solo não tão brilhante, em meio a idas e vindas com drogas pesadas, morrendo de overdose em 1970.

Em 1998 chegou às lojas, oficialmente, o registro de um magnífico show do Big Brother na turnê de lançamento de Cheap Thrills, retrato de um dos mais brilhantes momentos do rock.

E é isso que a Caverna oferece.

Big Brother & The Holding Company (1967)



1. Bye, Bye Baby
2. Easy Rider
3. Intruder
4. Light Is Faster Than Sound
5. Call on Me
6. Coo Coo
7. Women Is Losers
8. Blindman
9. Down On Me
10. Caterpillar
11. All Is Loneliness
12. The Last Time

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Cheap Thrills (1968)



1. Combination of the Two
2. I Need a Man to Love
3. Summertime
4. Piece of My Heart
5. Turtle Blues
6. Oh, Sweet Mary
7. Ball and Chain

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Live at Winterland '68 (1998)



1. Down on Me
2. Flower in the Sun
3. I Need a Man to Love
4. Bye Bye Baby
5. Easy Rider
6. Combination of the Two
7. Farewell Song
8. Piece of My Heart
9. Catch Me Daddy
10. Magic of Love
11. Summertime
12. Light Is Faster Than Sound
13. Ball and Chain
14. Down on Me

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No vídeo, um momento mágico, “Ball And Chain” no festival de Monterey, em 1967.

8 comentários:

Juca Pirama disse...

De vez em quando me pego pensando no que fazendo essa senhorita e o Hendrix, se ainda vivos. Eles foram tão bons que marcaram época e são lembrados até hoje pela carreira meteórica...

Fico pensando também em como a famosa combinação "sexo, drogas e rock n' roll" levou uma penca de gente boa e que tinha muito a dar a música, fora um outro verdadeiro milagre de se manter vivo, como o Eric Clapton, entre tantos exemplos. Preferiria esse pessoal vivo e careta por aí que doidões mortos.

Abraço e valeu pela postagem.

Anônimo disse...

hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....

DrWho disse...

otimo post

Unknown disse...

Nossa, ótimo post.

Parabéns e obrigada ^^

Anônimo disse...

Careta??? como careta??? se esses caras fossem caretas não seriam eles!!! Se liga meu bom...a janis tinha um ímpeto tão selvagem e rebelde....você acha que ela seria careta????

Anônimo disse...

Careta??? como careta??? se esses caras fossem caretas não seriam eles!!! Se liga meu bom...a janis tinha um ímpeto tão selvagem e rebelde....você acha que ela seria careta????

Anônimo disse...

Se eles fossem caretas e estivessem vivos até hoje não seriam o que são: lendas do rock!
abraços.

Anônimo disse...

Quando a pessoa e mau interpretada e foda! o amigo disse que prefere eles caretas e vivos att hj que loucos e mortos!