domingo, novembro 26, 2006

The Wicker Man - OST (1973/2002)



Depois de postar progressivo, rock clássico e metal para alegria da galera, vou botar mais um pouquinho de música céltica/pagã para meu belprazer.

Sabem O Sacrifício, um filme tosco com Nicholas Cage que está em cartaz nos cinemas? É uma versão americana vagabunda (desculpem o pleonasmo) para um clássico de horror inglês lançado pela Hammer em 1973. O argumento era interessante: um sargento da Scotland Yard ambicioso, moralista e fanático religioso recebia uma carta anônima dando conta do desaparecimento de uma menina de 12 anos numa ilhota da costa escocesa. Vendo nisso uma chance se promover, ele parte para investigar o caso por conta própria e dá de cara com uma comunidade que, embora tipicamente britânica, cultua hábitos pagãos que o chocam.

O filme original é sui generis por diversos motivos: o aparente herói, o sargento, é arrogante, agressivo e desrespeitoso, um personagem difícil de se simpatizar. Por outro lado, o vilão, o lord que governa a ilha, brilhantemente interpretado por Christopher Lee, é inteligente, simpático e cativante, sinceramente preocupado com o bem-estar de sua comunidade. Até a chocante cena final, todos os atos de violência são cometidos pelo herói. A história se passa praticamente toda de dia e não há sustos ou apelações de nojo, embora, como bom filme da Hammer, não faltem belas mulheres nuas.

Mas a característica mais peculiar para um filme do gênero é o fato de ele ser praticamente um musical. Os produtores chamaram um certo Paul Giovanni, que não tinha qualquer experiência prévia em trilhas sonoras, para musicar o filme. Giovanni fez uma ampla pesquisa de músicas tradicionais britânicas, especialmente as que lidavam com sexualidade e compôs mais uma série de canções e músicas incidentais dentro do mesmo clima.

O interessante é que, no filme, as músicas são cantadas pelos próprios personagens. Daí, na trilha sonora, ouvirmos o sotaque carregado de Diane Cilento e a voz sobrenaturalmente grave de Christopher Lee cantando a quase pornofônica "The Tinker Of Rye".

O curioso é que, embora o filme tenha se tornado cult praticamente desde o lançamento, a trilha sonora só foi lançada oficialmente 29 anos depois, pois as fitas masters foram dadas como perdidas. Nos anos 1970 chegou a circular uma trilha arqui-tosca em mono, feita a partir da música no filme. Só em 2001 que as gravações foram encontradas num depósito, remasterizadas e empacotadas num CD cheio de textos e informações interessantes.

Para quem gosta, é um achado. Para quem não gosta, paciência, o blog é meu, eu publico o que eu quiser.

1. Corn Rigs
2. The Landlord's Daughter
3. Gentle Johnny
4. Maypole
5. Fire Leap
6. The Tinker Of Rye
7. Willow's Song
8. Procession
9. Chop Chop
10. Lullaby
11. Festival / Mirie It Is / Sumer Is A-Cumen In
12. Opening Music / Loving Couples / The Ruined Church
13. The Masks / The Hobby Horse
14. Searching For Rowan
15. Appointment With The Wicker Man
16. Sunset

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7 comentários:

Anônimo disse...

Jamais comento os posts dos muitos blogs que acesso, porque meu tempo é escasso, e também porque cansei-me de ver idiotices (tipo: "esse disco é muuuito foda!" e outras bobagens de gente que não me parece ter conteúdo dentro de suas cabeças.
Mas sua colocação é perfeita: queiram ou não, blog é cultura. Quem tem Internet não pode ser bitolado. Há uma DIVERSIDADE CULTURAL à disposição, basta ter olhos para ver e ler, e ouvidos para ouvir.
Ah, ia esquecendo: vejo que o amigo, se quase só posta rock em seu blog, tem a mente aberta. Possuo mais de 5000 horas de música em cds de audio e de arquivos em mp3 ( e também em oggvorbis, SHN, wma e o diabo a quatro).
Ouço tudo: heavy metal, progressivo, jazz, blues (o pai de tudo isso aí), mpbr, clássicos, ópera, música folk, etc e etc.
Por que diabos as pessoas acham que só devem ouvir um tipo de música: Por acaso comem só um tipo de comida? Vestem apenas um tipo de roupa, e sempre numa mesma cor?
Viva a diversidade cultural, e abaixo os idiotas que fazem da mesmice uma religião!
Meu caro, bola pra frente! Continue pondo um pouco de ousada no blog, e se alguem reclamar, sugira que ele leia este pequeno texto...
Um abraço

Ítalo M. De Marchi

Dagda disse...

Pois é, Ítalo. As pessoas parecem não enteder que é da diversidade que a música evolui.

Edson d'Aquino disse...

Grande colocação, Ítalo. É o que prego constantemente pelos botequins em happy hours da vida e é o que também norteia a proposta do G&B. Só para se ter uma idéia, quando do falecimento do gênio Moacyr Santos, postei o cd OURO NEGRO e, tirando pouquíssimas manifestações a favor, o restante foi me esculhambando. Mas, como bem disse o Dagda, o BLOG É MEU E EU FAÇO O QUE QUISER!!! Deletei todos os comentários indesejáveis.
Vou continuar postando o que quiser. Doa a quem doer. Criticar é uma coisa, esculachar é outra.
Abraços,
Edson d'Aquino

Anônimo disse...

simplesmente GENIAL!! Eh a primeira vez que vejo alguem na internet comentar esse filme...
PARABENS PELO EXCELENT POST.
Vale ainda destaque a presença de Britt Ekland, belíssima, na dança sensual que enlouqueceu o sargento puritano...!
Um abraço

Alec

Dagda disse...

Pois é, Alec. E não foi só ele...

Agora, a bunda que aparece em cena não é dela. Repara que só aparece o rosto quando ela está de frente, com os (belos) seios à mostra. Na hora de filmar, o diretor achou que ela tinha bunda magra e não rebolava com o devido empenho.

Anônimo disse...

Dagda como é o nome do filme original (inglês)? fiquei bastante curioso e afim deassistir.
Parabéns pelo blog, espero que contnue nos mostrando seu repertório, vlw!!!!

Eduardo Verderame disse...

the wicker! esse filme é muito legal, vim parar no blog por causa dele. e no momento estou na escocia investigando alguns costumes pagao bem pouco ortodoxos... isso aqui não está me cheirando nada bem...