Galera, cavucando minha coleção atrás de coisas pra botar no blog, dei de cara com esses três ótimos discos do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen, que eu não ouvia há muito tempo. Ouvi-los de novo foi um prazer. Assim, resolvi compartilhar. Espero que gostem – e comentem, porra.
Rising Force (1984)
Em 1985, quando este disco chegou no meu trabalho, deu logo uma polêmica. Eu e um amigo cravamos logo como um dos melhores discos de metal do ano. Já outro, meu querido Carlos Akkerman, disse que era mais progressivo que heavy metal. Para sustentar, apresentou três argumentos. Primeiro, era um disco fundamentalmente instrumental. Segundo, o único músico de renome tocando era Barryemore Barlow, baterista do Jethro Tull. Por fim, a faixa 5, além de ser uma suíte, incluía um trecho do Adagio de Albinoni.
Olhando em retrospecto, estávamos todos certos. Embora deteste a definição “prog metal”, arrisco dizer que este seria o marco zero do gênero. Extremamente elaborado, pesado e com uma noção de melodia derivada da música erudita que faltava à geração de “shreders” norte-americanos que veio em seguida.
Claro que o meu queixo caiu com a técnica de Malmsteen, mas, surpreendentemente, o que mais me chamou a atenção foi o talento do vocalista Jeff Scott Soto. Embora ele só participasse de duas músicas (faixas 3 e 6), mostrava um timbre próprio e muita personalidade – especialmente se lembrarmos que tinha apenas 19 anos quando gravou o disco. Além de Soto e Barlow, completava a formação o tecladista Jens Johansson, com Malmsteen acumulando o baixo.
1. Black Star
2. Far Beyond the Sun
3. Now Your Ships Are Burned
4. Evil Eye
5. Icarus' Dream Suite Op. 4
6. As Above, So Below
7. Little Savage
8. Farewell
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No vídeo, “As Above, So Below”, infelizmente sem a ótima introdução de teclado.
Marching Out (1985)
O mercado brasileiro acabou sendo sacaneado no caso deste disco aqui. Rising Force saiu nos EUA em 1984, mas só foi lançado aqui no ano seguinte – mesmo momento em que saía lá fora Marching Out, segundo trabalho de Malmsteen. Conforme me explicou na época uma divulgadora da Polygram, heavy metal não vendia o suficiente para justificar lançamentos colados de títulos de um mesmo artista. Isso até acontecia em ocasiões especiais, como a vinda de Ozzy para o Rock In Rio, ou fenômenos, como o sucesso de The Number Of The Beast. Nenhum desses era o caso de Yngwie. Como no ano seguinte saiu Trilogy, Marching Out jamais foi lançado por aqui.
Uma pena. É um disco sensacional, embora menos experimental que o anterior. Marcel Jacob assumiu o baixo (e não cheirou nem fedeu), enquanto Andres Johansson, irmão do tecladista, substitui Barryemore Barlow na bateria.
Basicamente é um disco de heavy metal tradicional com uma pegada européia. A proporção se inverteu, com apenas três instrumentais entre as 11 faixas, o que abriu mais espaço para Jeff Scott Soto mostrar seu talento, mas sem esquecer que o dono da festa era mesmo o guitarrista.
Ah, caso alguém esteja estranhando a foto acima. Aquela é a capa original do vinil (uma aeromoça amiga da minha irmã me trouxe dos EUA), uma cópia descarada da foto de Ritchie Blackmore na parte interna de Made In Japan. O fascínio de Malmsteen por Blackmore iria ter reflexos (a meu ver daninhos) na carreira dele.
1. Prelude
2. I'll See the Light, Tonight
3. Don't Let It End
4. Disciples of Hell
5. I Am a Viking
6. Overture 1383
7. Anguish and Fear
8. On the Run Again
9. Soldier without Faith
10. Caught in the Middle
11. Marching Out
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No vídeo, “Disciples Of Hell”.
Trilogy (1986)
Durante muito tempo, este foi para mim o último bom disco de Malmsteen, ainda que nem de longe comparável aos dois anteriores. Tem grandes músicas, especialmente “Fury”, “Dark Ages” e os instrumentais “Crying” e “Trilogy Suite Op. 5”, mas já mostrava alguma tendência a aderir ao hair metal que dominava o cenário norte-americano. Vale uma ressalva, o estilo produziu coisas muito legais, especialmente entre os grupos pioneiros, mas, como tudo que vira modismo, se massificou e diluiu.
Confesso que fiquei muito decepcionado com a saída de Jeff Scott Soto, mas gostei das canções novas na voz de Mark Boals. Ainda é um disco bom de ouvir, embora menos arrebatador que os dois anteriores.
O que veio depois me fez perder o interesse pelo trabalho de Yngwie por um longo tempo. Pense nos discos mais fracos do Rainbow e do Deep Purple. Os mais comerciais e menos criativos. O que eles têm em comum? Joe Lynn Turner pilotando os microfones. Pois foi exatamente o que aconteceu com Yngwie Malmsteen. Mas, isso já é outra conversa.
1. You Don't Remember, I'll Never Forget
2. Liar
3. Queen in Love
4. Crying
5. Fury
6. Fire
7. Magic Mirror
8. Dark Ages
9. Trilogy Suite Op:5
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No vídeo, o clipe de “You Don't Remember, I'll Never Forget”.
MAGGIE KOERNER / Atualização
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atendendo -e gradecendo!- a pedidos.
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Há um ano
4 comentários:
Dagda, quando ouvi o Rising Force pela primeira vez fiquei literalmente boquiaberta: O que era a guitarra de Malmsteen?? Aquilo era sensacional! Além disso, como você, também fiquei impressionadíssima com o vocal de Jeff Scott Soto. Em seguida, conheci o Marching Out, outro trabalho fantástico, e que me fez adorar de vez o vocal do JSS. Por isso, acabei ficando mesmo nos dois primeiros trabalhos do Yngwie M. Nem me lembro do Trilogy... Mas vou baixar e conhecer esse com o Mark Boals.
Valeu!
Abraços,
da Lu
Dagda, brother. Conheço bem o 1º e 3º album do Yngwie, embora só os tivesse comprado em 1997/98. Aqui (Lisboa), quase de certeza que não foi posto à venda este 2º album da triologia. Mesmo assim o primeiro album que conheci do Y. M. foi mesmo "Fire & Ice" em 1996 (+/-). Dá para arranjar? Ficaria ad eternum agradecido.
Quem sou eu pra dizer não a um pedido vindo de Lisboa. Endovélico e Atégina iam me cobrir de porrada.
baixando o segundo! vlw
e parabens pelo blog..ótimo trabalho
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