segunda-feira, dezembro 31, 2007

Paradise Lost – Draconian Times (1995)

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Queridos, feliz ano novo solar para todos. Eu sei que a data é de alegria e júbilo, mas nos vamos dar um toque adoravelmente deprê com Draconian Times, o melhor disco da banda inglesa Paradise Lost. Destaque para o vocal cavernoso de Nick Holmes.

Bem, é isso. Bênçãos de Jano a todos, e nos vemos em 2008.

1. Enchantment
2. Hallowed Land
3. The Last Time
4. Forever Failure
5. Once Solemn
6. Shadowkings
7. Elusive Cure
8. Yearn for Change
9. Shades of God
10. Hands of Reason
11. I See Your Face
12. Jaded

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sábado, dezembro 29, 2007

Nightwish – Live In Helsinki (2007)

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Ok, galera. Para formar uma opinião definitiva sobre a mudança dos microfones do Nightwish, eu tinha que ouvir Anette Olzon ao vivo. Corri atrás encontrei este bom bootleg na comunidade Avalon (o link já está na lista de recomendados).

Conclusão? A única possibilidade de dar certo é Tuomas Holopainen tomar uma decisão radical e banir dos shows todo o repertório antigo da banda. Nas listas de discussão, muita gente defende que Tuomas não poderia mesmo procurar uma imitadora de Tarja Turunen, que tinha de partir para alguém diferente e que, no frigir dos ovos, o Nightwish agora é uma outra banda. Em estúdio, pode até ser. Ao vivo, o bicho pega – ou melhor, não pega.

As músicas que foram feitas para a vozinha de Anette até funcionam, mas nas canções gravadas originalmente por Tarja, a performance da moça é simplesmente patética. Como eu já opinei aqui, ela tem uma voz comum. Afinadinha, corretinha, mas curta, sem profundidade e, o que é mais sério, sem personalidade. Fica parecendo uma (má) banda cover de Nightwish.

Tuomas é, além de excelente tecladista, um compositor inspirado, com boas melodias e letras brilhantes – apesar de afundado até a cabeça em culpa cristã. Mas esta gravação desfaz uma certa injustiça que alguns fãs exaltados cometem de atribuir a ele a única responsabilidade pela qualidade musical da banda. Não. Embora Tarja não compusesse (dizem as más línguas que ela sequer ensaiava), a voz dela ajudava a definir o caráter das músicas. O melhor exemplo esta naquela que é uma das minhas canções favoritas da banda: "Sleeping Sun". Com Anette, a música (antes densa e envolvente) revelou-se dolorosamente brega.

Quero agora ouvir alguma gravação ao vivo de Tarja em excursão solo. O disco de estréia dela pecava principalmente pela falta de um compositor inspirado. Mas, para os shows, não é tão difícil assim contratar músicos que emulem o Nightwish. O resultado pode até ficar uma titica, mas ao menos as músicas vão contar com o vozeirão dela – e ninguém vai precisar ouvir "Eva"...

Ah, segue uma capa que eu mesmo fiz.

01. Intro
02. Bye, Bye, Beautiful
03. Cadence Of Her Last Breath
04. Dark Chest of Wonders
05. Ever Dream
06. Come Cover Me
07. Amaranth
08. Sacrament of Wilderness
09. The Islander
10. The Poet And The Pendulum
11. She Is My Sin
12. Sahara
13. Sleeping Sun
14. Slaying the Dreamer
15. Nemo
16. Dark Passion Play Platinum Awards
17. Eva
18. Wishmaster
19. Wish I Had An Angel
20. Outro

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sexta-feira, dezembro 21, 2007

Journey - Journey (1975)

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Antes que o povo comece a espumar por eu ter retomado o blog justo com uma banda chata de arena rock do início dos anos 80, é importante lembrar que nem sempre essa foi a regra do Journey - e certamente não se aplica ao disco de estréia.

Em 1972, o vocalista e tecladista Gregg Rolie e o guitarrista Neil Schon saltaram fora da banda de Carlos Santana. Rolie estava insatisfeito com os rumos cada vez mais latinos do grupo, enquanto Schon sentia pouco espaço para brilhar tendo que competir com o chefe. Juntaram-se ao baixista Ross Valorie, ao guitarrista George Tickner e ao baterista Prairie Prince e formara sua própria banda, que ganhou o nome Journey por sugestão de um roadie.

Prince foi embora após alguns shows, substituído pelo ótimo Aynsley Dunbar, e foi essa formação que entrou em estúdio para gravar o disco de estréia. O resultado é um trabalho fundamentalmente progressivo, com toques de jazz rock. "Of A Lifetime", por exemplo, tem cadeira cativa em qualquer boa coletânea de prog - o mesmo pode ser dito de "Topaz". Fora da sombra de Carlos Santana, Schon dá um show, enquanto o teclado de Rolie e a cozinha de Valory e Dunbar reforçam o clima prog. Tickner não cheira nem fede, tanto que deixaria a banda em seguida.

Nos dois discos seguintes, o Journey baixou a bola do lado progressivo, mas manteve uma boa qualidade musical. Infelizmente, como quase sempre acontece, qualidade não significa boa vendagem. Daí a guinada para um rock cada vez mais comercial, com a entrada do vocalista Steve Perry (Gregg Rolie continuou na banda, mas só como tecladista) e a demissão de Aynsley Dunbar. A banda estourou com o disco Infinity, de 1978, mas foi se tornando cada vez mais previsível. O golpe de morte para os fãs da fase original aconteceu em 1980, quando Rolie pediu demissão e indicou Jonathan Cain para seu lugar nos teclados. Saía o tradicional órgão Hammond para dar lugar aos sintetizadores pasteurizados dos anos 80. Esqueçam "Of A Lifetime", o papo agora era "Don't Stop Believin'".

Ainda bem que temos o blog pra lembrar a fase boa.


1. Of A Lifetime
2. In The Morning Day
3. Kohoutek
4. To Play Some Music
5. Topaz
6. In My Lonely Feeling
7. Mystery Mountain

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Black Sabbath – Asbury Park Live (1975)

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Galera, há anos eu não ouvia um bootleg do Black Sabbath tão bom, tanto em repertório quanto em qualidade de som. Na época de Sabotage, a banda de Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Bill Ward deu um show antológico no Asbury Park, em Nova Jersey – curiosidade: o parque fica no bairro onde nasceu e cresceu Bruce Springsteen e já inspirou o nome de um disco do dito cujo. Voltando ao assunto, o show foi gravado pelo programa de rádio King Biscuit Flower Hour, responsável por uma impressionante safra de discos ao vivo.

Por algum motivo obscuro, o show jamais virou disco, mas três de suas músicas (“Hole in the Sky”, “Symptom of the Universe” e “Megalomania”) acabaram incluídas no oficial Past Lives. Conta o texto que acompanha esta versão que um colecionador conseguiu com um técnico do King Biscuit uma cópia completa do show, o que resultou nos discos que você vai baixar agora. Portanto, nosso muito obrigado aos dois.

Atenção especial para as jams enlouquecidas do segundo disco. Vale lembrar que aquele guitarrista não as pontas de dois dedos da mão direita e é canhoto!!!!

Disc 1
1. Supertzar/Killing Yourself To Live
2. Hole In The Sky
3. Snowblind
4. Symptom Of The Universe
5. War Pigs
6. Intermission
7. Megalomania

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Disc 2
1. Sabbra Cadabbra (including jam, guitar solo and drum solo)
2. Supernaut
3. Iron Man
4. Instrumental Jam (including Orchid, Rock'n'Roll Doctor and guitar solo II)
5. Black Sabbath
6. Spiral Architect
7. Children Of The Grave
8. Paranoid

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quinta-feira, novembro 29, 2007

Zé Ramalho – Antologia Acústica (1997)

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Galera, apesar de não estar assinando os comentários, a Priscila tá pedindo mais Zé Ramalho. Quem sou eu para negar.

Produzida por Robertinho do Recife, esta coletânea acústica marca os 20 anos de carreira de Zé como artista solo. Brilhante no repertório e nos arranjos, o disco tem, na minha opinião, só um ponto fraco, a tentativa de traduzir literalmente “Knocking On Heaven’s Door”, de Bob Dylan. Ficou um desafio à métrica.

Disco: 1
1. Avôhai
2. Chão de Giz
3. Beira-Mar
4. Vila Do Sossego
5. Canção Agalopada
6. Terceira Lâmina
7. Eternas Ondas
8. Garoto de Aluguel
9. Táxi Lunar
10. Kryptônia

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Disco: 2
1. Frevo Mulher
2. Banquete de Signos
3. Força Verde
4. Admirável Gado Novo
5. Galope Rasante
6. Bicho de 7 Cabeças
7. Mulher Nova, Bonita E Carinhosa Faz O Homem Gemer Sem Sentir Dor
8. Pepitas de Fogo
9. Jardim das Acácias II
10. Batendo Na Porta Do Céu (Knockin' on Heaven's Door)

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segunda-feira, novembro 26, 2007

Quiet Riot - Metal Health (1983)



Galera, morreu ontem em Las Vegas o vocalista do Quiet Riot, Kevin DuBrow, aos 52 anos. Fica aqui a homenagem da Caverna.

1. Metal Health
2. Cum on Feel the Noize
3. Don't Wanna Let You Go
4. Slick Black Cadillac
5. Love's a Bitch
6. Breathless
7. Run for Cover
8. Battle Axe
9. Let's Get Crazy
10. Thunderbird

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quinta-feira, novembro 22, 2007

Tarja Turunen – My Winter Storm (2007)

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Bem, amigos da Caverna do Som. Jogo jogado, vamos a placar de Nightwish x Tarja Turunen: zero a zero. Na melhor das hipóteses, um a um, pois há bons momentos dos dois lados. Tuomas e companhia fizeram um disco com canções inspiradas e uma vocalista óbvia; Tarja, seu primeiro disco solo de rock, confirmou-se uma cantora inspirada, mas pecou pelas músicas óbvias.

Como previa o single “I Walk Alone”, o tom é de pastiche de Nightwish, com músicas feitas para soar como a banda anterior da diva, porém sem aqueles arroubos instrumentais que Tuomas e Jukka usavam para nos surpreender. Particularmente estranha é a regravação (sem nada que valorizasse a versão original) de “Poison”, um sucesso de Alice Cooper da fase hair metal. Não é significativa do repertório da Tia Alice e ficou tremendamente datada.

Uma curiosidade é que no disco Tarja estréia como compositora, assinando a faixa “Oasis”, uma faixa quase instrumental delicada (tem uma curta letra em finlandês), com forte presença do violoncelo e dos sintetizadores, com resultado particularmente bonito. Vale lembrar que os ex-colegas de Nightwish a acusavam de não participar em nada do processo criativo da banda – dizem que ela sequer ensaiava com eles, mas não se sabe até onde isso é fofoca.

Ouvidos os dois discos, vale registrar dois comentários que li no Orkut. Um, pessimista, dizia que ninguém - nem eles sem ela, nem ela sem eles - se sustentaria, pos a química tinha sido destruída. O outro, otimista, previa que Anette Olzon iria mostrar alguma personalidade com o tempo e que Tarja amadureceria na escolha do repertório e até nas composições, resultando em duas bandas de qualidade. Quem está certo? Ora, e eu sei lá! Se Dagda tivesse bola de cristal, estaria contando dinheiro da Mega Sena.

1. Ite, missa est
2. I Walk Alone
3. Lost Northern Star
4. Seeking For The Reign
5. The Reign
6. The Escape Of The Doll
7. My Little Phoenix
8. Die Alive
9. Boy And The Ghost
10. Sing For Me
11. Oasis
12. Poison (Alice Cooper cover)
13. Our Great Divide
14. Sunset
15. Damned And Divine
16. Minor Heaven
17. Ciarán's Well
18. Calling Grace
19. Damned Vampire & Gothic Divine
20. I Walk Alone (Artist Version)
21. I Walk Alone (In Extremo Remix)

Download parte 1
Download parte 2

terça-feira, novembro 20, 2007

Bacamarte – Depois do Fim (1983)

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Já que falamos na primorosa afinação da paraense Jane Duboc, aqui está um disco que tem a voz dela e não choca tanto os freqüentadores habituais da Caverna. Quem curtiu rock progressivo no Rio de Janeiro no início dos anos 80 certamente trombou com Depois do Fim em alguma loja especializada. Na época, a gente olhava com certo estranhamento; hoje é um clássico reconhecido internacionalmente.

Formando em 1974, o Bacamarte fazia um prog sinfônico com óbvia influência européia. Chegou a aparecer em programas de TV e entrou em estúdio em 1977 para gravar este disco. Jane Duboc, que estudara canto lírico nos EUA, construía um sólido nome cantando em grupos de MPB e se preparava para vôos solo, foi convidada para cantar em quatro músicas, fazendo um trabalho muitas vezes comparado ao de Annie Haslam e Sonja Kristina (Jane, aliás, é bem mais afinada que esta).

Entretanto, o disco acabou não virando realidade naquele momento. Em 1983, quando a Fluminense FM virou uma espécie de catalizadora das diversas correntes do rock carioca, Mário Neto, guitarrista e dono do Bacamarte, mandou algumas das canções para a rádio, que as tocou com enorme sucesso. Em pouco tempo o disco estava nas lojas (que vendiam rock progressivo, claro), virando objeto de culto – renovado por uma hoje raríssima edição em CD de 1996. De lá para cá, tornou-se um item de colecionador entre os amantes do prog no exterior. Para muitos, é o melhor disco de progressivo dos anos 80, o que é uma certa empulhação, já que ele é mesmo da década anterior. Mas isso não atrapalha seu brilho.

1. UFO
2. Smog Alado
3. Miragem
4. Pássaro de Luz
5. Caño
6. Último Entardecer
7. Controvérsia
8. Depois do Fim
9. Mirante das Estrelas

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MPB 80 – Finalistas

Galera, estes dois discos são totalmente fora do escopo da Caverna – a não ser pelo critério qualidade –, mas merecem estar disponíveis pela raridade e por serem um documento inestimável dos últimos estertores da Música Popular Brasileira.

Em 1980, a TV Globo resolveu apostar novamente no formato dos “Festivais da Canção”, que definiu o que se convencionou chamar de MPB, uma música feita, em geral, por pessoas oriundas do meio universitário, com alto grau de sofisticação melódica e lírica e, freqüentemente, abordando temas políticos e sociais que incomodavam o regime militar. Podia ser samba, música regional ou até um híbrido com rock, o rótulo era bem abrangente. Mas, paradoxalmente, não incluía os gêneros realmente populares (melhor dizendo, popularescos), como música cafona, depois chamada de brega, ou sertaneja mais autêntica.

No caso do MPB 80, milhares de artistas enviaram canções, que passaram por uma pré-seleção antes das eliminatórias, realizadas no Teatro Fênix, o mega-estúdio onde a Globo gravava seus (bons) programas musicais e bombas como Cassino do Chacrinha. Dessas eliminatórias saíram vinte e dois finalistas, registrados nos dois LPs aqui presentes. Como, não sabe o que é LP? Faça uma pesquisa na Wikipedia, criança!

Respeitados os parâmetros da MPB definidos lá em cima, a seleção era um apanhado particularmente feliz do que se produzia em termos de música de qualidade no Brasil – lembrando que o rock brasileiro estava num certo hiato. Temos uma presença forte da música nordestina, incluindo sua vertente mais hermética, representada por “Pinhão na Amarração”, composta por Elomar e defendida por com garra por Décio Marques – como em todas as canções de Elomar, a letra é escrita em “linguagem dialetal sertaneza”, virtualmente incompreensível em alguns momentos. O samba está presente em forma estilizada, na bela “Essa Tal Criatura”, de Leci Brandão, e pura, no samba de roda “Reunião de Bacana”, escrito pelo figuraça Dicró e cantado pelo Exporta Samba. Seu refrão clássico, “se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”, continua tristemente perfeito.

O gênero dominante seria uma espécie de “música urbana” com toques românticos (sem cair na breguice) e altamente sofisticada. Alguns arranjos chegavam às raias da grandiloqüência, como “Anunciação” e “Porto Solidão”. Nos dois casos, porém, a extrema qualidade dos intérpretes – Zezé Motta e Jessé, respectivamente – nos faz relevar o exagero. Aliás, sinal dos tempos, o desconcertantemente afinado Jessé era pastor protestante, mas defendeu no festival uma música sem qualquer cunho religioso.

A grande polêmica (e a coisa mais parecida com rock a dar as caras) ficou por conta de “O Mal É o Que Sai da Boca do Homem”, de Pepeu Gomes e Baby Consuelo. O verso (“Você pode fumar baseado / baseado em que você pode fazer quase tudo”) conquistou a rapaziada e provou a ira da censura oficial. A canção chegou a ser proibida, tocando nas rádios em versão instrumental, mas acabou liberada para a finalíssima.

A final, no Maranãzinho, despertou paixões. Imagino que até a desconhecida Mariama tivesse sua torcida. O grande vencedor acabou sendo Oswaldo Montenegro, com “Agonia”, de Mongol – particularmente, acho uma música menor dentro do repertório dele, e nem de longe a melhor entre as finalistas. O segundo lugar ficou com Amelinha, cantando “Foi Deus Quem Fez Você”, enquanto “A Massa”, composta e cantada por Raimundo Sodré, ficou em terceiro. O já citado Jessé levou Melhor Intérprete, e “Rio Capibaribe”, cantada pelo Quinteto Violado, Melhor Arranjo.

Mas por que eu falei em estertores lá em cima? Porque, em pouco mais de três anos, o cenário da música brasileira seria varrido por um aluvião de boçalidade chamado BRock. Esqueça a guitarra de Pepeu; o negócio eram dois acordes, se possível errados. Esqueça a afinação de Jane Duboc; o paradigma era Paula Toller, que ainda hoje desafina até em “Parabéns pra Você”. Enfim...

Volume 1

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1. Agonia – Oswaldo Montenegro
2. Devassa – Fernanda
3. A Massa – Raimundo Sodré
4. Porto Solidão – Jessé
5. O Mal É o Que Sai da Boca do Homem – Baby Consuelo & Pepeu Gomes
6. Rio Capibaribe – Quinteto Violado
7. Clareana – Joyce
8. Reunião de Bacana – Exporta Samba
9. Diverdade – Diana Pequeno
10. Choro Alegre – Elza Maria
11. Pinhão na Amarração – Décio Marques

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Volume 2

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1. Foi Deus Quem Fez Você – Amelinha
2. Tão Minha, Tão Mulher – Maurício Duboc
3. Demônio Colorido – Sandra Sá
4. Mais Uma Boca – Fátima Guedes
5. Hino Amizade – Zé Ramalho
6. Saudade – Jane Duboc
7. Rasta-Pé – Jorge Alfredo & Chico Evangelista
8. Essa Tal Criatura – Leci Brandão
9. Nostradamus – Duardo Dusek
10. Festa da Carne – Mariama
11. Anunciação – Zezé Motta

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quinta-feira, novembro 15, 2007

Os Mutantes – Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974)

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Galera, aqui um pouco de progressivo nacional. Apesar do nome "Os Mutantes", este disco conta somente com o guitarrista e vocalista Sérgio Dias do trio original. Completam o time o excelente Túlio Mourão (teclados), Antônio Pedro de Medeiros (baixo) e Rui Motta (bateria).

Como eu disse, é puro progressivo, com faixas longas e solos até dizer chega. Em 1976, Dias lançaria um compacto duplo chamado Cavaleiros Negros ainda com o nome Os Mutantes, decretando em seguida o fim do grupo.

1. Deixe Entrar um Pouco D’Água no Quintal
2. Pitágoras
3. Desanuviar
4. Eu Só Penso em te Ajudar
5. Cidadão da Terra
6. O Contrário de Nada É Nada
7. Tudo Foi Feito Pelo Sol

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sábado, novembro 10, 2007

David Coverdale – Whitesnake (1977)

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Vamos ser sinceros. Poucas pessoas no mundo da música já encararam uma rabuda semelhante à de David Coverdale, arrancado do anonimato aos 22 anos para a espinhosa tarefa de substituir Ian Gillan como vocalista do Deep Purple. E o fez com brilho – ainda mais contando com Glenn Hughes para cuidar dos agudos.

Com o fim da banda, em 1976, ele embarcou numa fugaz carreira solo, antes de formar o Whitesnake, mesmo título deste seu disco de estréia. O trabalho, como o seguinte Northwinds (disponível aqui na Caverna), é menos voltado para hard rock e mais para blues e soul, mostrando toda a versatilidade de um dos melhores cantores das décadas de 70 e 80.

1. Lady
2. Blindman
3. Goldies Place
4. Whitesnake
5. Time On My Side
6. Peace Lovin' Man
7. Sunny Days
8. Hole In The Sky
9. Celebration

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domingo, novembro 04, 2007

BBM - Around The Next Dream (1994)

Link corrigido



Tenho que confessar uma coisa. Ao contrário de muita gente, eu não tenho nada contra os velhinhos do rock'n'roll se juntarem para ganhar uns trocados. Primeiro porque eles, em geral, têm um passado respeitável que pode servir de desculpa para derrapadas na velhice. Segundo porque esses veteranos são todos de uma época em que quem tinha talento era o músico, não o assessor de imprensa da banda. Ou seja, mesmo seus piores momentos ainda dão de goleada na maior parte das bandas ditas "mudérnas".

Por conta disso, foi com o espírito pra lá de desarmado que ouvi esse disco assim que a gravadora me enviou, em 1994. Ok, ok, eu sabia que era banda armada. Um ano antes Ginger Baker, Jack Bruce e Eric Clapton tinham reunido o lendário Cream para uma apresentação no Rock'n'Roll Hall of Fame e os dois primeiros cantaram o superastro para uma volta definitiva do pai dos power trio, mas Clapton não topou. Baker e Bruce não se fizeram de rogados e convidaram Gary Moore, então no auge de sua fase bluseira, para formar um grupo que recebeu como nome as iniciais dos integrantes.

Como eu disse, botei a bolachinha no CD player com o espírito mais condescendente do mundo, mas nem precisava. Around The Next Dream era (e ainda é) sensacional. Baker e Bruce procuraram, na medida do possível, recriar o clima das músicas do Cream, com instrumentais elaborados e belas armonias vocais, com um pé mais firme no hard rock. Moore, por sua vez, contribuiu com belos blues feitos sob medida para sua voz, bem mais rascante que a de Bruce. E, claro, debulhou a guitarra e todas as faixas.

Infelizmente a banda durou pouco. Depois de uma pequena excursão pela Europa continental, deram um show no lendário Marquee de Londres, no qual Moore surtou. Saiu solando quando era para fazer riffs, empastelou os solos que deveria tocar e ainda brigou com todo mundo no palco. Foi para o camarim, arrumou suas tralhas e voltou para a carreira solo. Pena, a banda ainda prometia muito. Mas ao menos deixou esse clássico.

1. Waiting In The Wings
2. City Of Gold
3. Where In The World
4. Can't Fool The Blues
5. High Cost Of Loving
6. Glory Days
7. Why Does Love (Have To Go Wrong)?
8. Naked Flame
9. I Wonder Why (Are You So Mean To Me?)
10. Wrong Side Of Town

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sábado, novembro 03, 2007

"Homenagem" a The Police

Galera, como todo mundo sabe, The Police é uma banda sem meio termo: ou se ama ou se odeia. Eu estou no segundo time...

Como a vinda dos caras em dezembro vai ser um mega-evento, a Caverna não podia passar batida. Eis aqui nossa "homenagem" a dois integrantes do powerless trio, o baterista Stewart Copeland e o guitarrista Andy Summers, mostrando o que eles faziam imediatamente antes de resolverem ganhar dinheiro com a onda punk e depois com reggae de e para brancos e coisas como "Do Do Do Da Da Da". Não tem nada daquele lourinho com nome de espada de hobbit porque nunca ouvi nada dele que me despertasse o mínimo de prazer.

Curved Air – Airborne (1976)

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Sim, Stewart Copeland já teve ton-tons!!! Em 1975, ele se juntou ao Curved Air, banda progressiva liderada pela vocalista Sonja Kristina, aliás, sua esposa. Os dois discos que gravou com eles estão longe de serem os melhores do grupo, mas mostram – assim como trabalhos solo dele muito mais tarde – que Copeland não se limitava a caixa e pratos.

1. Desiree
2. Kids To Blame
3. Broken Lady
4. Juno
5. Touch Of Tequila
6. Moonshine
7. Heaven (Never Seemed So Far Away)
8. Hot And Bothered
9. Dazed
10. Baby Please Don't Go

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Jon Lord – Sarabande (1976)

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Uma vez eu escrevi numa coluna que o trabalho mais mole de mundo era ser guitarrista de reggae – até Clapton soa tosco fazendo "tchec-tchec". Andy Summers deve ter sacado isso, faturando uma grana mole e fazendo fama mundial. Mas ele, que em 77 já tinha 35 aninhos, mostrara seu talento junto ao New Animals, de Eric Burdon, e em meia dúzia de trabalhos como músico de estúdio. O último, e melhor, foi este aqui, o mais "progressivo" dos projetos solo de Jon Lord.

Uma curiosidade: Summers, assim como Peter Frampton, foi seriamente cogitado para substituir Mick Taylor nos Rolling Stones. Ambos perderam para o mais simpático que competente Ron Wood.

1. Fantasia
2. Sarabande
3. Aria
4. Gigue
5. Bouree
6. Pavane
7. Caprice
8. Finale

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quinta-feira, outubro 25, 2007

Recomendadíssimo

Galera, meu querido irmão Mason finalmente tomou vergonha na cara e montou um blog para desovar sua mais que respeitável coleção e, de quebra, dar pitacos de quem sabe muito sobre prog.

Não deixem de conferir Mason's Pipe!

sábado, outubro 20, 2007

Kiss – Under The Gun - Live In Detroit (1984)

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Galera, Dagda ficou sem computador em casa um tempão, e não dava pra acessar blog do trabalho. Assim, a Caverna enfrentou esse hiato. Mas cá estamos de volta com mais um bootleg do Kiss. Na verdade este aqui é o áudio do DVD Animalize Live And Uncensored, registro da primeira excursão com Bruce Kulick na guitarra solo. Banda em grande forma, baita solo de Eric Carr (um dos melhores bateras que tive a honra de ver ao vivo) e repertório afinado, antes das bombas Asylum e Crazy Nights.

Disco 1
1) Intro
2) Detroit Rock City
3) Cold Gin
4) Creatures Of The Night
5) Fits Like A Glove
6) Heaven’s On Fire
7) Thrills In The Night
8) Paul’s Solo
9) Under The Gun
10) War Machine
11) Eric’s Solo
12) Young And Wasted

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Disco 2
1) Gene’s Solo
2) I Love It Loud
3) I Still Love You
4) Love Gun
5) Lick It Up
6) Black Diamond
7) Rock And Roll All Nite

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terça-feira, outubro 02, 2007

The Who – Who's Next Deluxe Edition (1971)

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Link do disco 2 corrigido

Galera, nosso querido visitante Eu Ovo mandou um presentaço: os links da edição de luxo de Who's Next, obra-prima do Who. Vale a pena baixar esta a versão e a versão remaster que eu botei aqui há semanas, pois os bônus de ambas são bem diferentes. Aqui, o primeiro disco traz as canções do álbum original e mais outras versões delas gravadas nos EUA. Já o segundo é o show no The Young Vic Theatre de Londres que seria parte no abortado projeto Lifehouse, do qual falei no outro post.

Valeu, Ovo!!!!!!

Disc: 1
1. Baba O'Riley
2. Bargain
3. Love Ain't For Keeping
4. My Wife
5. The Song Is Over
6. Getting In Tune
7. Going Mobile
8. Behind Blue Eyes
9. Won't Get Fooled Again
10. Baby Don't You Do It (Bonus Track)
11. Getting In Tune (Bonus Track)
12. Pure And Easy (Bonus Track)
13. Love Ain't For Keeping (Bonus Track)
14. Behind Blue Eyes (Bonus Track)
15. Won't Get Fooled Again (Bonus Track)

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Disc: 2
1. Love Ain't For Keeping (Live At The Young Vic)
2. Pure And Easy (Live At The Young Vic)
3. Young Man Blues (Live At The Young Vic)
4. Time Is Passing (Live At The Young Vic)
5. Behind Blue Eyes (Live At The Young Vic)
6. I Don't Even Know Myself (Live At The Young Vic)
7. Too Much (Live At The Young Vic)
8. Of Anything (Live At The Young Vic)
9. Getting In Tune (Live At The Young Vic)
10. Bargain (Live At The Young Vic)
11. My Generation (Live At The Young Vic)
12. (I'm A) Road Runner (Live At The Young Vic)
13. Naked Eye (Live At The Young Vic)
14. Won't Get Fooled Again (Live At The Young Vic)

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sexta-feira, setembro 28, 2007

Vários artistas - Kiss My Ass (1994)

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Ainda na categoria tributos, este aqui é sui generis. A rigor, é um auto-tributo, pois o próprio Kiss (leia-se Gene Simmons e Paul Stanley) organizou a brincadeira, o que lhes rendeu bem mais dinheiro do que simplesmente os direitos autorais pelas canções.

Ao contrário do Tributo a Ronnie James Dio, o destaque aqui fica com os artistas que procuraram fugir do estilo original da canções. Lenny Kravitz e Stevie Wonder enxergaram em "Deuce" o potencial para uma batida cem por cento black (do tempo em que isso era sinônimo de boa música, claro), com direito a solo de gaita do artista que também não viu a capa de seu último disco. Toad The Wet Sprocket transformou "Rock'n'Roll All Nite" quase numa balada, no espírito do que o Aztec Câmera fizera com "Jump", do Van Halen.

O multiinstrumentista japonês Yoshiki Hayashi concebeu uma versão instrumental orquestrada para "Black Diamond", enquanto The Mighty Mighty Bosstones deu tratamento ska-core a "Detroit Rock City", com direito a uma magnífica sacaneada: Em vez do locutor (na verdade o produtor Bob Ezrin) lendo uma notícia na introdução da música, puseram uma gravação na qual Gene Simmons diz que outros artistas, em especial o Megadeth, já haviam manifestado interesse em gravar "Detroit Rock City" e recomenda que os rapazes escolham outra canção.

Ah, vale citar ainda a versão modernizada de "Calling Dr. Love" feita por um certo Shandi's Addiction, na verdade, uma join venture de James Keenan (vocal do Tool), Billy Gould (baixo do Faith No More), Tony Morello e Brad Wilk ( respectivamente guitarra e bateria do Rage Against The Machine e do Audioslave). Outra curiosidade é que a versão brasileira do disco incluía uma faixa bônus que só saíra na Alemanha: "Unholy" cantada em alemão pela banda punk (fazer o que, né?) Die Ärzte, com direito à harmonia vocal de "I Was Made For Loving You" no meio.

De resto, é tudo mais do mesmo. O cafonão Garth Brooks levou ao paroxismo a vocação country de "Hard Luck Woman", enquanto Extreme emula o próprio Kiss com "Strutter" e o Anthrax dá uma ligeira thrasheada em "She" sem fugir muito do original.

Agora, as curiosidades. Na maioria dos países, a capa do disco tinha uma "cor local". O fundo era a bandeira do país em questão. Foi assim nos EUA (claro), no Canadá, no Japão e em toda a Europa. Mas, num certo país terceiro-mundista, não apenas a capa ficou sem verde e amarelo, como ainda "ganhamos" a versão censurada que a gravadora nos EUA botou na rua depois de algumas redes de lojas se recusaram a vender um disco com um "palavrão" – a capa aí em cima é a americana original sem o "a**".

Outra curiosidade é a maquiagem da família na capa. Estão claramente ali as maquiagens de Paul Stanley (pais), Peter Criss (mãe) e Gene Simmons (filha). Mas o filho, em vez de usar a maquiagem de Ace Frehley, usa a "máscara" do Bandido, uma maquiagem alternativa que Paul Staley usou bem no iniciozinho do grupo. A explicação é que Ace, ao contrário de Peter, era dono da maquiagem, quer dizer, ele registrara aquele desenho como propriedade intelectual. Quando Gene e Paul pediram para usar na capa, ele disse que, se eles quisessem, podiam comprar os direitos. Eles não toparam, mas depois o feitiço virou contra o feiticeiro. Na época da Reunion Tour, a dupla renovou a proposta ao guitarrista que, sempre precisado de um dindim, vendeu os direitos à maquiagem do homem do espaço. Resultado? Na primeira quizumba séria, deram-lhe um pé na bunda e puseram Tommy Thayer com sua pintura e seu figurino. Como diz meu velho pai, roseira de otário dá abacate.

1. Deuce (Lenny Kravitz & Stevie Wonder)
2. Hard Luck Woman (Garth Brooks)
3. She (Anthrax)
4. Christine Sixteen (Gin Blossoms)
5. Rock and Roll All Nite (Toad The Wet Sprocket)
6. Calling Dr. Love (Shandi's Addiction)
7. Goin' Blind (Dinosaur Jr.)
8. Strutter (Extreme)
9. Plaster Caster (Lemonheads)
10. Detroit Rock City (Mighty Mighty Bosstones)
11. Black Diamond (Yoshiki)
12. Unholy – German version (Die Ärtze)

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quinta-feira, setembro 27, 2007

Vídeo de Tarja Turunen


















Galera

Para dar mais um elemento à polêmica mudança de vocalista do Nightwish, o excelente blog Albums de Metal Melódico publicou o primeiro vídeo de Tarja Turunen. Chama-se "I Walk Alone" e é o primeiro single do disco My Winter Storm, previsto para chegar às lojas em novembro. Clique aqui para ver o post e baixar o vídeo.

Não dá para julgar o trabalho por uma música só - para ficar no tema, "Eva", por exemplo, não é significativa de Dark Passion Play. De qualquer forma, Tarja parece estar buscando também uma versão mais "acessível" do Nightwish. A canção é meio um baladão, porém mais convencional que, por exemplo, "Sleeping Sun". O arranjo também não ousa nada. Tem teclados e orquestrações, mas tudo contido para não ofuscar a voz da diva.

Vou esperar o disco dela sair para poder formar uma opinião, mas tenho a impressão que vai ser a mesma coisa que aconteceu com o Marillion quando Fish partiu para carreira solo. Nem o grupo sem ele nem ele sem o grupo conseguiram manter o padrão, independentemente de terem feito coisas boas separados.

terça-feira, setembro 25, 2007

Vários artistas – Holy Dio (2000)

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Atendendo a pedidos

Meu prezado Arthur Dapieve dizia, na virada do século, que um sintoma do hiato criativo da música na segunda metade dos anos 90 era a quantidade enorme de "acústicos" e discos-tributo. Como ninguém conseguia fazer nada novo, reciclava o próprio trabalho ou o de outros artistas consagrados. Claro que o Dapi estava certíssimo na avaliação, mas isso não impede que alguns desses tributos tenham sido sensacionais.

Este é um ótimo exemplo. Primeiro porque o material é original é o fino do fino. A produção de Ronnie James Dio durante sua passagem pelo Rainbow e pelo Black Sabbath e mais o material de seus dois primeiros discos solo, os que são realmente mais relevantes. Segundo porque os homenageadores também são de primeira linha e, embora tenham respeitado quase caninamente as versões originais, conseguiram dar uma marca própria às canções.

Esta é a versão dupla, que saiu no Brasil. No EUA, circulou como CD simples, com cinco músicas a menos.

Disco 1
1. Don't Talk To Strangers - Blind Guardian
2. Kill The King - Primal Fear
3. Egypt (The Chains Are On) - Doro
4. Children If The Sea - Jag Panzer
5. Sign Of The Southern Cross - Fates Warning
6. Rainbow Eyes - Catch The Rainbow
7. Long Live Rock´n´Roll - Gamma Ray
8. Country Girl - Swäno/Tägtgren
9. Gates Of Babylon – Yngwie J. Malmsteen

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Disco 2
1. We Rock - Grave Digger
2. Man On The Silver Mountain – Hammerfall
3. Holy Diver - Holy Mother
4. Kill The King - Stratovarius
5. Still I´m Sad - Axel Rudi Pell
6. Heaven And Hell - Enola Gay
7. Neon Knights - Steel Prophet
8. Shame On The Night - Solitude
9. The Last In Line - Destiny´s End
10. Temple Of The King - Angel Dust

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segunda-feira, setembro 24, 2007

Nightwish – Dark Passion Play (2007)

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Galera, oficialmente só sai lá fora na próxima quinta-feira, mas já está aqui o novo disco do Nightwish, o primeiro com a bonitinha sueca Anette Olzon nos vocais. Por respeito à moça, não vou fazer a citação óbvia à peça de Nelson Rodrigues, também conhecida como ou Otto Lara Resende, mas é a primeira coisa que vem à cabeça.

Em termos de composições, Dark Passion Play pode não ser um Wishmaster, mas é um sucessor competente de Once. Isso não chega a ser surpresa, pois o atormentado tecladista Tuomas Hollopainen continua praticamente monopolizando a autoria das músicas. Isso, aliás, era o principal argumento dos que diziam que a demissão da vocalista Tarja Turunenn não afetaria demasiadamente a banda, uma vez que ela não participava em nada do processo criativo. Ledo engano...

Uma banda não é simplesmente "quem toca", "quem canta" e "quem compõe". Claro, existem grupos com dono, que monopolizam as atenções, mas isso acontece mais facilmente quando os demais integrantes não são expressivos – e isso é especialmente grave quando o substituído é o vocalista, a interface com o público. Não tem jeito, a química sempre se desfaz quando um membro importante sai. É preciso que o substituto tenha personalidade para criar uma nova química. Algo como Bruce Dickinson substituindo Paul DiAnno ou Dio substituindo Ozzy. Tanto Iron Maiden quando Black Sabbath se tornaram bandas diferentes – muito boas, mas diferentes.

E aí mora o problema. Anette não é Tarja. Talvez fosse realmente um erro botar uma imitadora ou comprar o passe de uma vocalista consagrada no mesmo estilo, como Floor Jansen ou Simone Simons. Acontece que a novata (nem tão novata assim, do topo de seus 36 aninhos) não tem personalidade. Tem uma vozinha até afinada mas comum, o que torna difícil identificar a banda a uma primeira audição. É só mais uma entre as 342 mil cantoras de "metal melódico". Pior, sua referência mais próxima é a igualmente inexpressiva Amy Lee, líder do Evanescence, uma mistura de "nu" metal e Tori Amos feita para os padrões sempre baixos do público americano. É de se suspeitar até a escolha de Anette entre mais de duas mil candidatas se deva a alguma intenção de "entrar" nos EUA. Vai saber...

De qualquer forma, aqui está o disco para quem quiser conferir. Como os arquivos estão em 256kbps, tive que quebrar em duas partes. Não achei a arte em boa definição, mas incluí um txt com as sempre boas letras de Tuomas.

1. The Poet and the Pendulum
2. Bye Bye Beautiful
3. Amaranth
4. Cadence of Her Last Breath
5. Master Passion Greed
6. Eva
7. Sahara
8. Whoever Brings the Night
9. For the Heart I Once Had
10. The Islander
11. Last of the Wilds
12. 7 Days to the Wolves
13. Meadows of Heaven

Download parte 1

Download parte 2

ATENÇÃO: A faixa 3 ("Amarath") está errada. Tem ainda o voiceover da versão de divulgação. Clique aqui para baixar a versão correta.

sexta-feira, setembro 21, 2007

The Cult – Love (1985)

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Muita gente ficou chocada em 1987 quando o grupo inglês The Cult lançou o disco Electric, claramente um trabalho de hard rock/heavy metal, com direito até a cover de "Born To Be Wild", do Steppenwolf. Afinal, The Cult tinha em seu passado uma inegável ascendência punk e gótica (na época um mero sub-gênero punk), estilos da banda Southern Death Cult, do vocalista Ian Astbury. O guitarrista Billy Duffy tinha um passado ainda mais sórdido. Conta a lenda que ele apresentou Johnny Marr a uma guitarra (posso dizer de testemunho pessoal que Marr e o instrumento jamais se tornaram íntimos) e ainda dividiu o palco com o lamentável Morrissey na banda punk Nosebleeds.

Porém, tanto Astbury quanto Duffy tinham um talento latente esperando melhores companhias para despertar. Juntos, formaram o Death Cult, depois reduzido para The Cult. Quem se surpreendeu com a "guinada roqueira" de Electric deveria ter ouvido com mais atenção o trabalho anterior da banda, Love, que a Caverna traz aqui em versão com duas faixas extras. Misturada a uns últimos ecos góticos há uma forte dose de psicodelismo e já um bom cheiro de hard rock.

Se alguém duvida, é só baixar e ouvir.

1. Nirvana
2. Big Neon Glitter
3. Love
4. Little Face
5. Brother Wolf Sister Moon
6. Rain
7. Phoenix
8. Hollow Man
9. Revolution
10. She Sells Sanctuary
11. Judith
12. Black Angel

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quarta-feira, setembro 19, 2007

Jeff Beck – Truth (1968)

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Aquele pirata dos Yardbirds que está nos arquivos da Caverna mostra que Jimmy Page já tinha uma idéia muito precisa do que queria para o Led Zeppelin, mas isso não impede que este disco aqui também tenha sua parcela de cromossomos no genoma da banda.

Depois de deixar os Yardbirds em 1966 e lançar um compacto em 1967, o genial guitarrista Jeff Beck resolveu encarar de cabeça a carreira solo. Como cantar não era mesmo com ele, chamou para o microfone um certo Rod Stewart, moleque rouco que vinha de uma série de pequenas bandas. Para o baixo, recrutou Ronnie Wood, irmão de Art Wood, dono da banda que revelaria Jon Lord. Já as baquetas ficaram com Micky Waller, do John Mayall's Bluesbreakers.

O disco, lançado em 1968, foi este Truth, que antecedeu o trabalho de estréia do Led Zeppelin em quatro meses. Beck, aliás, acusaria Jimmy Page de roubar idéias suas, incluindo fazer uma cover the "You Shook Me", de Willie Dixon. Como os dois estavam completamente imersos na cena musical londrina e tocaram juntos por quase um ano, é mais provável que tenham desenvolvido o estilo paralelamente.

Truth abre com uma versão matadora de "Shapes of Things", um sucesso do próprio Yardbirds. Tão marcante que a maioria das regravações posteriores remete à versão de Beck, não à original. Outro destaque é "Ol' Man River", uma canção americana composta em 1927 para o musical Show Boat e que já foi regravada por meio mundo. A letra fala do sofrimento dos negros que trabalhavam ao longo do Mississippi e o arranjo é simplesmente sensacional. E é impossível deixar de citar "Blues De Luxe", um longo e delicioso blues em que a voz rascante de Stewart brilha ao lado da guitarra de Beck e do piano do convidado Nicky Hopkins, onipresente nos discos de rock da época.

Aliás, os convidados são um caso à parte. John Paul Jones, futuro baixista e tecladista do Led Zeppelin, toca órgão em "Ol' Man River", que conta ainda com o grande Keith Moon tocando tímpanos. A versão do instrumental "Beck's Bolero" é a mesma do compacto que o guitarrista lançara no ano anterior, daí tem uma formação diferente. Jones toca o baixo, Moon a bateria, Hopkins o piano e Jimmy Page a guitarra de 12 cordas, com Beck solando. A música, aliás, foi outro motivo de briga entre os guitarristas. Ela é creditada somente a Page, mas Beck diz também participou da criação, contribuindo com o riff. Talvez em resposta, Page usou o mesmíssimo riff em "How Many More Times", no disco de estréia do Zeppelin. Ô turminha encrenqueira...

1. Shapes Of Things
2. Let Me Love You
3. Morning Dew
4. You Shook Me
5. Ol' Man River
6. Greensleeves
7. Rock My Plimsoul
8. Beck's Bolero
9. Blues De Luxe
10. I Ain't Superstitious

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Judas Priest – British Steel (1980)

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Sei que soa até como heresia, mas preciso confessar que não acho British Steel essa cocada toda. Claro que tem músicas clássicas, especialmente "Breaking The Law", "Grinder" e "You Don't Have To Be Old To Be Wise". Por outro lado, tem músicas bem chatas, em especial "United" e "Living After Midnight" (pode até render ao vivo, mas em estúdio é pop de doer). Além disso, marca a estréia de Dave Holland, que pode ter feito bonito no Trapeze, mas foi o baterista mais limitado a pilotar as baquetas do JP. Da fase com ele, os discos do Judas dos quais eu realmente gosto são Screaming For Vengeance e Defenders Of The Faith.

Enfim, como essa é só a minha opinião e ninguém é obrigado a compartilhá-la, aqui está o disco pedido.

1. Breaking The Law
2. Rapid Fire
3. Metal Gods
4. Grinder
5. United
6. Living After Midnight
7. Don't Have To Be Old To Be Wise
8. The Rage
9. Steeler

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quinta-feira, setembro 13, 2007

Deep Purple – Mark II remasters

Galera, este aqui é para arrasar quarteirões. São as versões remasterizadas dos discos da segunda formação do Deep Purple – fora Concerto For Group And Orchestra, que não teve esse mimo.

Brilhantes em sua forma original, eles ganharam o reforço de remixagens e faixas descartadas ou lançadas somente em compactos. No caso de Made In Japan, a nova versão traz o set list na íntegra, enquanto Machine Head virou um duplo com um CD só de remixes.

Isso aqui é presença obrigatória na coleção de qualquer um que se pretenda roqueiro.

In Rock (1970)

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1. Speed King
2. Bloodsucker
3. Child In Time
4. Flight Of The Rat
5. Into The Fire
6. Living Wreck
7. Hard Lovin' Man
8. Black Night (Original Single Version)
9. Studio Chat
10. Speed King (Piano Version)
11. Studio Chat
12. Cry Free (Roger Glover Remix)
13. Studio Chat
14. Jam Stew (Unreleased Instrumental)
15. Studio Chat
16. Flight Of The Rat (Roger Glover Remix)
17. Studio Chat
18. Speed King (Roger Glover Remix)
19. Studio Chat
20. Black Night (Unedited Roger Glover Remix)

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Fireball (1971)

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1. Fireball
2. No No No
3. Demon's Eye
4. Anyone's Daughter
5. The Mule
6. Fools
7. No One Came
8. Strange Kind Of Woman (A-Side Remix '96)
9. I'm Alone (B-Side)
10. Freedom (Album Outtake)
11. Slow Train (Album Outtake)
12. Demon's Eye (Remix '96)
13. The Noise Abatement Society Tapes: Midnight In Moscow/Robin Hood/William Tell
14. Fireball (Take 1 - Instrumental)
15. Backwards Piano
16. No One Came (Remix '96)

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Machine Head (1972)

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1. Highway Star
2. Maybe I'm A Leo
3. Pictures Of Home
4. Never Before
5. Smoke On The Water
6. Lazy
7. Space Truckin'
8. When A Blind Man Cries

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Remixes
1. Highway Star
2. Maybe I'm A Leo
3. Pictures Of Home
4. Never Before
5. Smoke On The Water
6. Lazy
7. Space Truckin'
8. When A Blind Man Cries (B-Side)
9. Maybe I'm A Leo (Quadrophonic Mix)
10. Lazy (Quadrophonic Mix)

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Made In Japan (1972)

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Disc 1:
1. Highway Star
2. Child in Time
3. Smoke on the Water
4. Mule (Drum Solo)
5. Strange Kind of Woman
6. Lazy
7. Space Truckin'

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Disc 2:
1. Black Night
2. Speed King
3. Lucille

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Who Do We Think We Are (1973)

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1. Woman From Tokyo
2. Mary Long
3. Super Trouper
4. Smooth Dancer
5. Rat Bat Blue
6. Place in Line
7. Our Lady
8. Woman From Tokyo - ('99 remix, bonus track)
9. Woman From Tokyo - (bonus track, alternate take)
10. Painted Horse - (bonus track, studio outtake)
11. Our Lady - ('99 remix, bonus track)
12. Rat Bat Blue - (bonus track, writing session)
13. Rat Bat Blue - ('99 remix, bonus track)
14. First Day Jam - (bonus track, instrumental)

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The Who – Who's Next (1971)

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Este aqui é a obra-prima do Who. Curiosamente, é resultado de um projeto fracassado do guitarrista e líder Pete Townshend, a ópera rock futurista Lifehouse. Após o lançamento de Tommy, os shows da banda se tornaram verdadeiras apoteoses, com a platéia entrando praticamente em êxtase, como pode ser constatado no duplo Live At Leeds e na performance em Woodstock (ambos disponíveis nos arquivos da Caverna).

Na época, Townshend era profundamente influenciado pelo místico indiano Meher Baba (1894-1969) e pelo filósofo e músico Inayat Kahn (1882-1927), fundador do Sufismo Universal. Uma das crenças de Kahn era a conexão entre som/vibração e o espírito humano. Inspirado por eles, Townshend acreditava ser possível atingir um nível tal de vibração na música que o espírito do ouvinte entraria em êxtase permanente, atingindo a iluminação.

A partir dessas idéias, ele criou a seguinte história: No futuro, a poluição era tamanha que as pessoas tinham de usar trajes especiais que as mantinham vivas, os lifesuites. Todos eram ligados a uma rede virtual (The Grid) que os alimentava e transmitia entretenimento pré-fabricado, incluindo a possibilidade de viver diferentes vidas virtuais – e você achando que Matrix e Second Life eram idéias originais, né? Ah, o rock'n'roll praticamente não existia mais. A música na rede era insípida e inofensiva. Quem viu o último VMA's entende o que Townshend queria dizer.

Para alimentar os plugados, o governo comprava comida de fazendas fora da área de poluição. Numa delas, na Escócia, vive a família de Mary, que, por morar no campo, não usa lifesuites e tem contato com o mundo real. Um belo dia, ela capta um sinal pirata no rádio convocando para o Lifehouse, um show de rock ilegal em Londres, promovido por um hacker (atenção, isso foi escrito em 1970!) e decide participar.

O objetivo do espetáculo era uma experiência na contra-mão da Grid. Cada pessoa alimentaria o sistema com suas informações pessoais, gerando uma música própria. Todas seriam combinadas, produzindo um único som universal. Claro que polícia decide acabar com a festa e invade o local, mas chega segundos depois de o tal som perfeito e puro ser gerado. Não encontra ninguém, pois todos os que ouviram a nota atingiram um estado de êxtase tamanho que atingiram uma espécie de Nirvana musical, transcendendo a existência física. Cabeça, não?

Pois bem, Townshend não apensas começou a compor as músicas da história, como planejou um concerto no qual uma combinação de sintetizadores, computadores e PA's quadrifônicos iriam, de fato, gerar "retratos musicais" a partir de informações fornecidas por pessoas da platéia. O resultado seria transformado num filme.

Claro que o projeto era ambicioso demais e quase provocou o fim do grupo. Depois de brigar com o produtor, Thownshend cedeu e aceitou transformar o disco seguinte num trabalho não conceitual, ainda que aproveitasse diversas canções do projeto Lifehouse. O resultado foi um disco simplesmente perfeito. Canções variadas, densas, bem elaboradas e arranjadas, letras fortes – "Won't Get Fooled Again", por exemplo, é perfeita e todos os aspectos. E o que é melhor, com Keith Moon completamente solto, ao contrário do que aconteceu em Tommy, batendo em qualquer coisa que passasse pela frente. Junto com Queen II, é o disco que eu levaria para uma ilha deserta (desde que tivesse onde tocá-lo, claro).

Nota: Esta aqui é a versão remasterizada, incluindo sete faixas bônus, boa parte também do projeto abortado.

Nota II – A Missão: Lifehouse foi transformado por Pete Townshend num projeto na Internet, no qual o visitante se cadastra e pode criar a sua música para formar um banco de sons pessoais. Quem sabe a gente consegue a tal iluminação? Para saber mais, visite The Lifehouse Method.

1. Baba O'Riley
2. Bargain
3. Love Ain't For Keeping
4. My Wife
5. The Song Is Over
6. Getting In Tune
7. Going Mobile
8. Behind Blue Eyes
9. Won't Get Fooled Again
10. Pure And Easy (bônus)
11. Baby Don't You Do It (bônus)
12. Naked Eye (bônus)
13. Water (bônus)
14. Too Much Of Anything (bônus)
15. I Don't Even Know Myself (bônus)
16. Behind Blue Eyes (bônus)

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quarta-feira, setembro 12, 2007

The Who – Tommy (1969)

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Em 1969 chegou às lojas o primeiro compacto do novo disco do Who, que seria lançado nos meses seguintes. Ao bater na BBC, a música de trabalho provocou uma verdadeira comoção. Pete Townshend, cérebro da banda, já havia escrito sobre temas, digamos, pouco convencionais, como masturbação ("Pictures of Lily") e doença mental ("Happy Jack"), além de ser o responsável por "My Generation", com o iconoclasta brado "espero morrer antes de ficar velho", mas aquilo já era demais. A nova música falava de um menino cego, surdo e mudo que jogava pinball. A canção "Pinball Wizard" acabou banida da BBC, assim com o disco que se seguiu, chamado simplesmente Tommy. Prova de que até a BBC faz besteira...

Tommy é revolucionário. Ok, não foi o primeiro álbum conceitual, mas inovou por contar uma história linear, com personagens, numa estrutura de ópera – aliás, criou-se então o nefasto termo "ópera-rock". A temática era ainda mais perturbadora do que o pessoal da BBC supusera. Tommy Walker, o personagem título, nasce pouco depois de o pai ser dado como morto na Primeira Guerra (sim, o original se passa na Primeira, não na Segunda Guerra, como no filme). Em 1921, o capitão Walker volta para casa e encontra a esposa nos braços de outro. Eles brigam e o corno, digo, o capitão mata o rival (também diferentemente do filme) na frente do menino. O pai e a mãe começam a gritar nos ouvidos dele: "Você não viu nada, você não ouviu nada, você não vai contar nada!" O choque é tamanho que Tommy fica catatônico.

Preso na própria mente, Tommy tem que lidar sozinho com experiências traumáticas, como as agressões de um primo marginal, o abuso sexual por parte de um tio e as atabalhoadas tentativas de cura feitas por seus pais, envolvendo até mesmo uma cigana lisérgica. Quando finalmente ele consegue voltar à consciência, tudo isso resultou numa iluminação espiritual que ele tenta desesperadamente compartilhar com os outros. Apesar de produzir momentos de idolatria explícita, como o vivido pela desmiolada Sally Simpson, a mensagem de Tommy não consegue tocar seus supostos discípulos, e ele acaba abandonado por todos, tão isolado do mundo quanto o era na infância catatônica.

Musicalmente, o disco é ao mesmo tempo ousado e quase minimalista. Numa época de solos elaboradíssimos, Townshend (compositor brilhante, mas guitarrista limitado) remou contra a corrente e fez um álbum duplo centrado no violão, não na guitarra elétrica. Há longas passagens instrumentais, mas pouco espaço para arroubos individuais. Até mesmo Keith Moon, o maluco genial que inventou a bateria de rock, parece mais contido em prol de uma sonoridade coesa. Tommy, quase quarenta anos depois, permanece como uma obra madura, provocadora e inventiva daquela que, para mim, foi a maior banda de rock de todos os tempos – e olhe que nem é o meu disco favorito deles, posto de Who's Next, de 1971, em breve aqui na Caverna.

1. Overture
2. It's A Boy
3. 1921
4. Amazing Journey
5. Sparks
6. Eyesight To The Blind (The Hawker)
7. Christmas
8. Cousin Kevin
9. The Acid Queen
10. Underture
11. Do You Think It's Alright?
12. Fiddle About
13. Pinball Wizard
14. There's A Doctor
15. Go To The Mirror!
16. Tommy Can You Hear Me?
17. Smash The Mirror
18. Sensation
19. Miracle Cure
20. Sally Simpson
21. I'm Free
22. Welcome
23. Tommy's Holiday Camp
24. We're Not Gonna Take It

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ATENÇÃO!: Parece que a faixa 10 está strunfada. Não tive como confirmar, mas, por dúvida das vias, upei de novo. Caso não consiga abri-la no arquivo completo, clique aqui e baixe só ela.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Beyond The Valley Of The Dolls – Trilha Sonora (1970)

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Para muitos cinéfilos, o nome Russ Meyer não quer dizer nada, mas, para quem aprecia comédias de baixo orçamento e muuuuuita mulher nua, o homem era um rei. Cinegrafista militar durante a Segunda Guerra, Meyer depois tornou-se um nome de referência no chamado circuito exploitation. Um de seus títulos mais famosos é Faster Pussycat, Kill, Kill!, de 1965, que inspirou o nome de uma banda de hair metal americana. Mas o motivo deste post é outro filme de Meyer, um em que a trilha sonora é quase tão boa quanto os decotes das atrizes.

Em 1969, a Fox contratou-o para fazer uma continuação do sucesso O Vale das Bonecas, um drama sobre o envolvimento de três jovens com o mundo das drogas. Porém, um processo movido por Jacqueline Susann, autora do livro que inspirou o filme original, melou o projeto. Malando que só, Meyer propôs ao estúdio não uma continuação, mas uma paródia, a mesma temática, porém na peculiar visão do diretor.

O resultado foi Além do Vale das Bonecas, que contava a história de uma banda feminina formada por três jovens absurdamente gostosas (interpretadas por Dolly Read, Cynthia Myers e Marcia McBroom) que se despencam para Los Angeles atrás de fama e fortuna. A Fox queria um filme com censura 18 anos, mas graças à profusão de peitos e ao final extremamente violento para a época, a censura tascou-lhes um X, que hoje praticamente só se aplica a filmes pornô. Por conta disso, Meyer só faria mais um filme por um grande estúdio, militando no cinema independente até sua morte, em 2004.

E o que a Caverna tem com isso? Primeiro que Dagda, como o saudoso Meyer, se amarra em "comissões de frente". Segundo porque a música é um elemento fundamental do filme. A banda das meninas – inicialmente chamada The Kelly Affair e depois The Carrie Nations – marca sua ascensão e queda com rocks eficientes e calcados na psicodélia reinante na época. A despeito de ser de 1970, a sonoridade é um tantinho anterior, algo como Verão do Amor (1967). Tem música para todos os gostos. "Find It" é mais pauleira; "In The Long Run", uma balada psicodélica; "Look On Up At The Bottom", uma música densa, que marca o fundo do poço para as moças. Todas muito boas.

Claro que nenhuma das gostosas canta ou toca de verdade. As canções foram compostas por Stu Phillips, mais famoso pelas trilhas sonoras de filmes como Galática e mais um monte de seriados de TV. No filme a voz da vocalista Kelly não é de Dolly Reed, mas da cantora Lynn Carey (ela própria gostosérrima e capa da Penthouse). Curiosamente, a voz nesses arquivos também não é de Carey, pois problemas contratuais impediam que ela aparecesse no disco com a trilha sonora. Para o LP, tudo foi regravado com a voz de Amy Rushes – que tinha um timbre muito parecido, mesmo.

O arquivo aqui é quase a trilha completa. Por algum motivo falta "Sweet Talking Candyman", uma das músicas que The Carrie Nations canta no filme. Na trilha estão também canções de dois grupos de relativo sucesso na época, The Sandpipers e Strawberry Alarm Clock. Para quem gosta daquele som datado dos anos 60 (eu adoro), é um must.

01. Beyond the Valley of the Dolls (Vocal) (The Sandpipers)
02. Come With the Gentle People (The Carrie Nations)
03. Look On Up At The Bottom (The Carrie Nations)
04. Girl From the City (Strawberry Alarm Clock)
05. In The Long Run (The Carrie Nations)
06. Beyond the Valley of the Dolls (Instrumental) (The Sandpipers)
08. Find It (The Carrie Nations)
09. Amperssand (Stu Phillips)
10. Once I Had Love (The Carrie Nations)
11. I'm Comin' Home (Strawberry Alarm Clock)
12. Beyond the Valley of the Dolls (Reprise) (The Sandpipers)
13. Incense and Peppermints (Bonus) (Strawberry Alarm Clock)

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sábado, setembro 08, 2007

The Moody Blues – Days Of Future Passed (1967)

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Certa vez uma amiga me pediu uma coletânea que a apresentasse ao rock progressivo. Como seria em MP3, dava para entulhar de coisas, mas uma questão me atarantava: com o que abrir a coletânea? Como definir, ainda que de forma estritamente chutada, o "pontapé inicial" do prog rock? Beatlemaníacos na certa sugeririam Sgt. Pepper's, lançado em junho de 1967, enquanto vozes menos apaixonadas apontariam The Pipper At The Gates Of Dawn, gravado na mesma época e lançado em agosto daquele ano. Ambos são certamente revolucionários. Mas, talvez por serem tão revolucionários, não seja possível enquadrá-los no que viria a ser o prog – assim como Hendrix foi a grande influência do hard rock, sem ficar restrito ao gênero.

Assim, minha escolha para abrir a coletânea recaiu sobre outro disco de 1967, lançado em dezembro: Days Of Future Passed, segundo trabalho do grupo de Birmingham Moody Blues. Formada em 1964, a banda era mais voltada pra rock e blues e chegou a grava o primeiro filme promocional para uma música, "Go Now", em 1965 – sim, antes de "Penny Lane"...

Depois de um disco de estréia convencional, The Magnificent Moodies, entraram para a banda dois membros que mudariam radicalmente seu som, o guitarrista e vocalista Justin Hayward e o baixista John Lodge, amigo do tecladista Mike Pinder e o flautista Ray Thomas. A mudança afastou o Moody Blues das origens bluseiras em nome de um som mais elaborado, como acontecia com diversas outras bandas da época.

Foi quando o destino agiu. O contrato do grupo com a gravadora Decca havia expirado e eles ainda deviam algumas faixas. Na época, a Deram, uma subsidiária da Decca, desenvolveu um novo sistema de gravação chamado Deramic Sound System, que, segundo seus projetistas, garantia a melhor fidelidade de áudio tanto para música erudita quanto para pop. Os Moodies então receberam uma proposta: em troca da liberação do contrato, gravariam, junto com uma orquestra, uma versão para "Sinfonia do Novo Mundo", do tcheco Antonín Dvořák.

O grupo topou, mas, ao perceber que a gravadora não colocou ninguém no estúdio para supervisionar os trabalhos, subverteu o projeto, com a cumplicidade do regente Peter Knight e do produtor Tony Clarke. Em vez da sinfonia original, gravariam músicas próprias, compostas sob um "conceito": um dia na vida de uma pessoa comum. Todas as canções já eram tocadas nos shows – claro que sem orquestra. Knight então compôs passagens orquestrais (com cara de trilha sonora de filme dos anos 50) e arranjou trechos de canções deles. Desta forma, preservava-se o objetivo inicial da Deram.

Com o trabalho pronto, os executivos da gravadora não gostaram lá muito do resultado, não. Achavam que aquela mistura de clássico com rock (além disso, um rock meio fora do padrão comercial) poderia alienar o público. Mesmo assim, puseram a bolachona na rua. Para sua enorme surpresa, o disco foi um sucesso, puxado pelos compactos "The Afternoon: Forever Afternoon (Tuesday?)" e "Nights In White Satin".

Disco conceitual, com forte elaboração nas composições e nos arranjos (ainda que sem solos longos que depois marcariam o estilo), fusão com música clássica etc. Por essas características, e por não misturar outros estilos, como psicodelismo e blues-rock, cravei sem sustos Days Of Future Passed como o marco zero do progressivo. Ah, a música que entrou na coletânea foi "Nights In White Satin".

1. The Day Begins
2. Dawn: Dawn Is I A Feeling
3. The Morning: Another Morning
4. Lunch Break: Peak Hour
5. The Afternoon: a) Forever Afternoon (Tuesday?) b) (Evening) Time To Get Away
6. Evening: a) The Sunset b) Twilight Time
7. The Night: Nights In White Satin

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segunda-feira, setembro 03, 2007

Proibidões

O que estes três discos têm em comum, além, é claro do fato de serem obras-primas? Simples: Todos os três tiveram que circular nos EUA com capas alternativas toscas. Os dois primeiros, que também têm em comum terem sido lançados em 1974, reproduziam logomarcas de poderosas indústrias norte-americanas. O Camel reproduzia na capa uma versão estilizada do maço dos cigarros homônimos, enquanto o Judas Priest, como o título sugeria, pegava emprestada uma chapinha de Coca-Cola para ilustrar seu disco de estréia. Tremenda burrice dos executivos, pois as capas levavam suas marcas a um outro público.

Quanto a Virgin Killers, do Scorpions, confesso que tenho sentimentos ambíguos. Por princípio, sou contra censura. Mas acho que a gravadora exagerou um pouquinho na dose, especialmente visto hoje em dia, quando a pedofilia é um problema gravíssimo. Klaus Meine, vocalista da banda, lembra que ficou chocado ao ver a capa e tentou impedir que o disco fosse lançado daquela forma, mas a gravadora queria uma polêmica e impôs a capa. Independentemente da polêmica, é um disco brilhante.

Ah, outros álbuns do Scorpions também tiveram problemas com suas capas nos EUA, especialmente Loverdrive e Love At First Sting, mas aí já era devido ao moralismo doentio dos norte-americanos, que acham lindo jogar napalm em criança, mas acreditam que um peitinho vai destruir as bases da civilização cristã-ocidental.

Camel – Mirage (1974)

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1. Freefall
2. Supertwister
3. Nimrodel/The Procession/The White Rider
4. Earthrise
5. Lady Fantasy: Encounter/Smiles for You/Lady Fantasy

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Judas Priest – Rocka Rolla (1974)

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1. One for the Road
2. Rocka Rolla
3. Winter
4. Deep Freeze
5. Winter Retreat
6. Cheater
7. Never Satisfied
8. Run of the Mill
9. Dying to Meet You
10. Caviar and Meths
11. Diamonds & Rust (faixa bônus)

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Scorpions – Virgin Killer (1977)

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1. Pictured Life
2. Catch Your Train
3. In Your Park
4. Backstage Queen
5. Virgin Killer
6. Hell Cat
7. Crying Days
8. Polar Nights
9. Yellow Raven

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domingo, setembro 02, 2007

The Jimi Hendrix Experience – Box Set (2000)

















Galera, acho que eu não preciso me estender muito sobre o protagonista deste post, né? Lançada em 2000, esta caixa é tida como a compilação definitiva do grupo que lançou o Deus da guitarra. Traz faixas inéditas, mixagens alternativas e gravações ao vivo. Item obrigatório.

Disc: 1
1. Purple Haze
2. Killing Floor (Live)
3. Hey Joe (Live)
4. Foxey Lady
5. Highway Chile
6. Hey Joe
7. Title #3
8. Third Stone From the Sun
9. Taking Care of No Business
10. Here He Comes (Lover Man)
11. Burning of the Midnight Lamp
12. If Six Was Nine
13. Rock Me Baby (Live)
14. Like A Rolling Stone (Live)

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Disc: 2
1. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Live)
2. Burning Of The Midnight Lamp (Live)
3. Little Wing
4. Little Miss Lover
5. The Wind Cries Mary (Live)
6. Catfish Blues (Live)
7. Bold As Love
8. Sweet Angel
9. Fire (Live)
10. Somewhere
11. (Have You Ever Been To) Electric Ladyland
12. Gypsy Eyes
13. Room Full Of Mirrors
14. Gloria
15. It's Too Bad
16. Star Spangled Banner

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Disc: 3
1. Stone Free
2. Spanish Castle Magic
3. Hear My Train A Comin'
4. Room Full of Mirrors
5. I Don't Live Today (Live)
6. Little Wing (Live)
7. Red House (Live)
8. Purple Haze (Live)
9. Voodoo Chile (Slight Return) (Live)
10. Izabella

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Disc: 4
1. Message To Love
2. Earth Blues
3. Astro Man
4. Country Blues
5. Freedom
6. Johnny B. Goode (Live)
7. Lover Man
8. Blue Suede Shoes (Live)
9. Cherokee Mist
10. Come Down Hard On Me
11. Hey Baby/In From The Storm (Live)
12. Ezy Ryder
13. Night Flying Bird
14. All Along The Watchtower (Live)
15. In From The Storm (Live)
16. Slow Blues

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sexta-feira, agosto 31, 2007

Dust – Discografia completa (hehehe)

O distinto pode nunca ter ouvido uma música do power trio norte-americano Dust, mas certamente já viu as capas dos dois únicos discos que eles lançaram, no início dos anos 70 – especialmente o segundo, Hard Attack, na verdade um desenho do genial Frank Franzetta.

Formado pelo guitarrista e vocalista Richie Wise, pelo baixista e guitarrista Kenny Aaronson e pelo baterista Mark Bell, o Dust era legítimo representante da tradição pesada do Grand Funk Railroad. Seu hard rock era tão bom que passaria tranqüilamente por um trabalho das bandas inglesas que, na mesma época, definiam o estilo.

Infelizmente, o grupo durou pouco. Aaronson formou o Stories e depois se tornou músico de aluguel, tocou com gente do nível de Leslie West, Rick Derringer e Neil Schon. Wise, juntamente com o letrista Kenny Kerner, tornou-se produtor de discos. A dupla foi responsável, por exemplo, pelo disco de estréia de Kiss. Já Mark Bell concluiu que esse negócio de tocar bem não tinha futuro mesmo e que dava para ficar rico e famoso tocando a mesma batidinha pelo resto da vida. Mudou o nome para Marky Ramone e formou a banda homônima. O resto vocês sabem, né?

Bem, aqui estão os dois discos do Dust, tremendas aulas de hard rock.

Dust (1971)













1. Stone Woman
2. Chasin' Ladies
3. Goin' Easy
4. Love Me Hard
5. From a Dry Camel
6. Often Shadows Felt
7. Loose Goose

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Hard Attack (1972)













1. Pull Away/So Many Times
2. Walk In The Soft Rain
3. Thusly Spoken
4. Learning To Die
5. All In All
6. I Been Thinkin'
7. Ivory
8. How Many Horses
9. Suicide
10. Entranco

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segunda-feira, agosto 27, 2007

New Model Army – Três discos

Atendendo a pedidos.

Galera, nas condições normais de temperatura e pressão, derivações de punk rock não têm vez na Caverna – Dagda é do tempo em que saber tocar era condição sine qua non para o sujeito ganhar a vida como músico.

O New Model Army, entretanto, a despeito das inegáveis raízes punks, sempre transcendeu a indigência musical do gênero, especialmente quando flertava com o folk britânico. Daí o blog atender ao pedido e pendurar aqui três discos dos caras.

The Ghost Of Cain (1986)

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1. The Hunt
2. Lights Go Out
3. 51st State
4. All Of This
5. Poison Street
6. Western Dream
7. Lovesongs
8. Heroes
9. Ballad
10. Master Race

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Impurity (1990)

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1. Get Me Out
2. Space
3. Innocence
4. Purity
5. Whirlwind
6. Marrakesh
7. Lust for Power
8. Bury the Hatchet
9. Eleven Years
10. Lurhstaap
11. Before I Get Old
12. Vanity

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The Love Of Hopeless Causes (1993)

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1. Here Comes the War
2. Fate
3. Living in the Rose
4. White Light
5. Believe It
6. Understand U
7. My People
8. These Words
9. Afternoon Song
10. Bad Old World

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segunda-feira, agosto 20, 2007

Ace Frehley – Discografia solo + 1

"Ace Frehley pode não ter mudado a maneira como as pessoas tocavam guitarra, mas ele certamente as fez querer tocar." Não sei quem foi o articulista da Guitar World responsável pela frase acima, mas ele foi brilhante ao definir o papel de Paul David "Ace" Frehley no cenário roqueiro. Ao longo dos dez anos em que pilotou a guitarra solo do Kiss (sem contar a breve volta nos anos 90), Ace levou pedrada de praticamente todos os críticos, mas despertou para o rock toda uma geração de guris americanos. Inspirados pelos solos e riffs que ele tirava de sua Les Paul, esses garotos (tendo à frente o saudoso Dimebag Darrell, do Pantera) tomaram o rock de assalto nos anos 90 e prestaram a devida homenagem a seu inspirador.

Também para homenagear Ace, a Caverna bota aqui a discografia solo do sujeito.

Ace Frehley (1978)













Disparado o melhor dos quatro discos-solo dos membros do Kiss. Ao reconhecer esse fato, Gene Simmons dizia Ace havia escondido o jogo, não mostrando para os colegas suas melhores composições. Ace retrucou dizendo que praticamente todas aquelas canções tinham sido apresentadas a Simmons e Paul Stanley, que sistematicamente recusavam-nas.

1. Rip It Out
2. Speedin' Back To My Baby
3. Snow Blind
4. Ozone
5. What's On Your Mind?
6. New York Groove
7. I'm In Need Of Love
8. Wiped-Out
9. Fractured Mirror

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Frehley's Comet (1987)













Este aqui foi o primeiro disco que Ace gravou for a do Kiss. Foi também o início da dobradinha dele com o também guitarrista e cantor Tod Howarth. A despeito do fuzuê criado em torno de Ace e do sucesso que o Kiss voltara a fazer na época, o disco não vendeu o esperado.

1. Rock Soldiers
2. Breakout
3. Into The Night
4. Something Moved
5. We Got Your Rock
6. Love Me Right
7. Calling To You
8. Dolls
9. Stranger In A Strange Land
10. Fractured Too

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Live + 1 (1988)













Como o segundo disco de Ace, ou melhor, do Frehley's Comet estava demorando muito a sair, a gravadora resolver botar na rua este EP ao vivo. Na parte do show, são duas músicas da época do Kiss e duas cantadas por Tod Howarth (que realmente catava melhor que Ace). Há ainda uma música de estúdio que a banda gravara como demo em 1985.

1. Rip It Out (live)
2. Breakout (live)
3. Something Moved (live)
4. Rocket Ride (live)
5. Words Are Not Enough

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Second Sighting (1988)













A exemplo do disco anterior, este aqui não vendem bem, a despeito dos rocks eficientes e de Ace estar crescendo cada vez mais como intérprete. Foi também o último disco com Howarth, que cantou em cinco das dez faixas.

1. Insane
2. Time Ain't Runnin' Out
3. Dancin' With Danger
4. It's Over Now
5. Loser in a Fight
6. Juvenile Delinquent
7. Fallen Angel
8. Separate
9. New Kind of Lover
10. The Acorn Is Spinning

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Trouble Walkin' (1989)













Aqui Ace deixou de lado aquela frescura de Frehley's Comet e se assumiu como artista solo. O disco conta com uma série de convidados, com destaque para o ex-colega de Kiss Peter Criss e três integrantes do Skid Row. Uma curiosidade é o disco traz "Hide Your Heart", música composta por Paul Stanley e gravada pelo Kiss no álbum Hot In The Shade, lançado no mesmo mês que Trouble Walkin'.

1. Shot Full Of Rock
2. Do Ya
3. Five Card Stud
4. Hide Your Heart
5. Lost In Limbo
6. Trouble Walkin'
7. 2 Young 2 Die
8. Back To School
9. Remember Me
10. Fractured III

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Spacewalk: A Salute To Ace Frehley (1996)













Lembram-se daqueles garotos citados lá no início, os que cresceram ouvindo Ace? Muitos deles se juntaram para este disco tributo, lançado em 1996. Gente como Darrell, Scott Ian (Anthrax), Gilby Clarke (Guns'n'Roses), Snake Sabo (Skid Row) e muitos outros. Ah, Scott Travis (Judas Priest e Fight) toca bateria em sete das dez faixa, o que garante o peso.

1. Deuce
2. Shock Me
3. Rip It Out
4. Hard Luck Woman
5. Snowblind
6. Rock Bottom
7. Parasite
8. Cold Gin
9. New York Groove
10. Fractured Mirror

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quinta-feira, agosto 16, 2007

The Who - Thirty Years of Maximum R&B (1994)
















Diz o ditado que opinião é que nem bunda: todo mundo tem a sua e acha que a do outro fede. Assim, mesmo correndo o risco de vê-la acusada de mau cheiro, apresento aqui a minha opinião: The Who foi a maior banda de rock de todos os tempos. Os motivos para eu achar isso são diversos e alongariam demais este texto. Mas destaco dois.

Primeiro: Surgidos em 1965, estavam, musicalmente, milhas à frente de todos os contemporâneos, em especial a cozinha estupenda formada por Keith Moon e John Entwhistle. E não tinham um "quinto Who" para fazer por eles os arranjos e escalar músicos de estúdio.

Segundo: Pete Townhsend, o cérebro da banda, fugia dos clichês românticos da época e fazia letras sobre o mundo real, a começar pelo manifesto "My Generation". Volta e meia tinha músicas banidas da BBC por mexer com temas que desagradavam o bom gosto do público. Ao mesmo tempo, era, como a esmagadora maioria dos jovens, uma pessoa desgraçadamente comum, feio e desengonçado. Se McCartney pegava na mão da garota e Jagger passava a noite com ela, Townshend, a exemplo de Severus Snape, tocava umazinha olhando as fotos de Lilly.

Hoje, como acontece com tantas bandas, The Who virou paródia de si mesma, mas isso não desmerece em nada seu trabalho.

Para celebrar a banda, aqui está sua coletânea definitiva, uma caixa como quatro CDs que abrange toda a sua carreira – fora um último disco de estúdio lançado ano passado. Vai de canções gravadas quando ainda se chamava The High Numbers a uma cover de Elton John gravada em 1991, passando por clássicos, faixas inéditas, entrevistas e até vinhetas de rádios e esquetes cômicas. Numa delas, o doido e impagável Keith Moon fazia uma resenha literária ao som de "Laguna Sunrise", do Black Sabbath.

Disco: 1
1. Pete Dialogue (Live)
2. I'm The Face (The High Numbers)
3. Here 'Tis (The High Numbers)
4. Zoot Suit (The High Numbers)
5. Leaving Here (The High Numbers)
6. I Can't Explain
7. Anyway, Anyhow, Anywhere
8. Daddy Rolling Stone
9. My Generation
10. The Kids Are Alright
11. The Ox
12. A Legal Matter
13. Pete Dialogue
14. Substitute (Live)
15. I'm A Boy
16. Disguises
17. Happy Jack Jingle
18. Happy Jack
19. Boris The Spider
20. So Sad About Us
21. A Quick One, While He's Away
22. Pictures Of Lily
23. Early Morning Cold Taxi
24. Coke 2
25. (This Could Be) The Last Time
26. I Can't Reach You
27. Girl's Eyes
28. Bag O'Nails
29. Call Me Lightning

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Disco: 2
1. Rotosound Strings
2. I Can See For Miles
3. Mary Anne With The Shaky Hand
4. Armenia City In The Sky
5. Tattoo
6. Our Love Was
7. Rael 1
8. Rael 2
9. Track Records/Premier Drums
10. Sunrise
11. Russell Harty Dialogue
12. Jaguar
13. Melancholia
14. Fortune Teller
15. Magic Bus
16. Little Billy
17. Dogs
18. Overture
19. Acid Queen
20. Abbie Hoffman Incident (Live)
21. Underture (Live)
22. Pinball Wizard
23. I'm Free
24. See Me Feel Me (Live)
25. Heaven & Hell
26. Pete Dialogue (Live)
27. Young Man Blues
28. Summertime Blues

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Disco: 3
1. Shakin' All Over
2. Baba O'Riley
3. Bargain (Live)
4. Pure & Easy
5. Song Is Over
6. Studio Dialogue
7. Behind Blue Eyes
8. Won't Get Fooled Again
9. The Seeker (Edited Version)
10. Bony Moronie (Live)
11. Let's See Action
12. Join Together
13. Relay
14. The Real Me
15. 5.15 (Single Version)
16. Bell Boy
17. Love Reign O'er Me

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Disco: 4
1. Long Live Rock
2. Life With The Moons
3. Naked Eye (Live)
4. University Challenge
5. Slip Kid
6. Poetry Cornered
7. Dreaming From The Waist (Live)
8. Blue Red & Grey
9. Life With The Moons 2
10. Squeeze Box
11. My Wife (Live)
12. Who Are You (Single Version)
13. Music Must Change
14. Sister Disco
15. Guitar & Pen
16. You Better You Bet
17. Eminence Front
18. Twist And Shout (Live)
19. I'm A Man (Live)
20. Pete Dialogue (Live)
21. Saturday Night's Alright (For Fighting)

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segunda-feira, agosto 13, 2007

Michael Schenker Group – Michael Schenker Group (1980)













Chamar isso aqui de clássico é menosprezar. Após deixar o UFO e descansar um pouquinho de volta ao Scorpions, Michael Schenker compreender que só sendo dono de um grupo poderia exercer plenamente seu talento e sua antipatia.

De posse de ambos, foi para o estúdio com um grupo que, pensando bem, não tinha como dar errado mesmo. Pilotando a produção, Roger Glover, baixista do Deep Purple e do Rainbow. Nos teclados, Don Airey, músico de estúdio com participações em discos do Black Sabbath. Na bateria, Simon Philips, um monstro que também tocou com meio mundo e fora escalado por Glover para pilotar as baquetas em Sin After Sin, do Judas Priest. No baixo, Mo Foster, colega de Philips nos circuitos jazzísticos e nos estúdios de gente famosa. O único novato era o vocalista Gary Barden.

Como é comum em bandas armadas em estúdio, quase todo mundo picou a mula depois da gravação – somente Barden ficou para o disco seguinte. Mas tudo bem, o que eles fizeram neste disco aqui já lhes garante um lugar no panteão do rock pesado. Simplesmente não tem nenhuma música ruim. "Into the Arena" é o instrumental, e Simon Philips dá uma aula em "Lost Horizons".

1. Armed And Ready
2. Cry For The Nations
3. Victim Of Illusion
4. Bijou Pleasurette
5. Feels Like A Good Thing
6. Into The Arena
7. Looking Out From Nowhere
8. Tales Of Mystery
9. Lost Horizons

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